Os braços de Jesus.

Uma lança foi cravada

No peito de um inocente

Ele nunca disse nada

Sobre o ser maledicente

Ensinou na sua estada

A ser doce e paciente.

Teve o seu tempo marcado

Pra servir ao Criador

Nunca cometeu pecado

Mas foi alvo do terror

Seu sangue foi derramado

Pra salvar o pecador.

O seu povo era judeu

Porque nasceu na Judeia

Disso não se esqueceu

Tinha isso na ideia

Mas doou o que era seu

Quando foi pra Galileia.

Todo o seu tempo foi gasto

Ajudando o seu irmão

Paciente, também casto,

Hábil pra pregar sermão

Com saber deveras vasto

Ensinava a multidão.

Pregava na sinagoga

Quando era permitido

Na sua prece ele roga

Para o Deus desconhecido

Que no mar não se afoga

Por não ser um deus bandido.

Esse Deus recém chegado

Era um Deus de amor

Ninguém era castigado

Por não ser bajulador

Cada um era curado

Do seu sofrimento e dor.

Muitos que lhe procuravam

O faziam por descrença

Fingiam que o amavam

Praticando a paciência

Na verdade o provocavam

Demonstrando a sapiência.

Toda a sua caminhada

Era feita andando a pé

No final da sua estrada

Ele tinha a sua sé

E durante essa jornada

Sempre alimentou a fé.

Era homem simplesmente

Mas de puro coração

Seu falar era prudente

Seu olhar, de afirmação,

Sabia ser iminente

Sua crucificação.

Escolheu seus seguidores

Entre os comuns mortais

Eram simples pescadores

Cujas vidas eram normais

E se eram pecadores

Depois não seriam mais.

Esse homem era Jesus

O homem de Nazaré

Ele teve a sua luz

Sem dizer para o que é

Ele é quem nos conduz

À Maria e a José.

Não se fala nesse homem

Como o homem que foi

Muitos dizem que o comem

Como se fosse algum boi

Nesse erro muitos somem

Sem dizer sequer um oi.

Na verdade alguém lamenta

Sobre o que desconhecia

Corrigir até que tenta

Mas no fundo não queria

Simplesmente representa

Uma nova tirania.

Essa nova tirania

É o jogo do poder

Que até virou mania

Para se engrandecer

Vai fazer algaravia

Para o povo não saber.

Mas no bom apostolado

Há sementes de união

La ninguém é enganado

Se aceita opinião

Todos andam lado a lado

Não existe traição.

Esse novo seguimento

Retira o corpo da cruz

Não faz de Cristo alimento

Ninguém tira a sua luz

Todos têm discernimento

Pra saber a que faz jus.

Esse novo ensinamento

No silêncio reproduz

Purifica o pensamento

Traz de volta a própria luz

E com esclarecimento

Solta os braços de Jesus.

Renato Lima
Enviado por Renato Lima em 14/05/2016
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