CACHAÇA ERRADA NAS TERRAS DO MARANHÃO
CACHAÇA ERRADA NO MARANHÃO
Miguezim de Princesa
I
Numa sessão do AA,
O velho Mané Sinhô
Contou sobre uma carraspana
Que certa feita tomou
E uma batalhão da Polícia
Sozinho desafiou.
II
Ele tomou litro e meio
Da cana Velho Barreiro.
Depois do terceiro gole,
Pulou no meio do terreiro,
Difamou o promotor
Perto da Rua do Ferreiro.
III
O juiz “Mão-de-Gengibre”
Chegou para apaziguar,
Juntamente com o prefeito
E a mãe de um parlamentar,
E Mané Sinhô com uma faca
Dizendo que ia matar.
IV
Foi quando se aproximou
A tropa do batalhão,
Mané surrou um soldado,
O cabo caiu no chão,
Deu rasteira no tenente
E uma “banda” no capitão.
V
Hoje Mané se lembrou
Da antiga confusão,
Foi aí que percebeu
Que o Waldir Maranhão
Bebeu da Velho Barreiro
Para anular a sessão.
VI
Foram três litros de pinga,
Tira-gosto de linguiça,
Uma farofa de cebola,
Um assado de chouriça
E uma carta de intenções
Do ministro da Justiça.
VII
Waldir começou com medo,
Falou que ia pensar,
Que a coisa era complexa,
Mimimi e blábláblá,
Mas, quando tomou a cana,
Começou a engrossar.
VIII
Na quarta ou quinta bicadas,
Afirmou: - Vou assinar,
Não tenho medo de Cunha,
De Temer nem de Jucá,
Eu abro a tampa do pote
Só pra ver destambocar!
IX
- Já quiseram me pegar
Uma vez lá em Codó
Com um fio do meu bigode
Na pemba do catimbó,
Porque eu não quis casar
Com a moça de um peito só.
X
Pior foi no dia seguinte,
Quando o efeito passou
Da cana que tinha tomado
E ele viu o que assinou,
Desembarcou da viagem
Que bêbado só tem coragem
Na hora do estupor!