DOUTOR BABAÇU E A REPÚBLICA DO ABSURDO
I
Disse o doutor Flávio Dino
Para Waldir Maranhão
Que ele poderia entrar
Para a história da Nação
Se de uma canetada só
Anulasse a votação.
II
Eis que o ínclito deputado,
Cofiando seu bigode,
Pensou em achar um jeito
De mexer nesse pagode
E pensou no Maranhão,
Terra onde tudo se pode.
III
É a terra onde a criança
Chora e a mãe não socorre,
O cego é quem mais enxerga
E o aleijado mais corre,
Sarney já morreu três vezes,
Mas este ano não morre!
IV
Se agarrou com as sete pragas,
Zica, dengue e chicungunya,
Anulou todos os atos
Feitos por Eduardo Cunha,
Mandou Dilma governar
Sem munganga e sem mumunha.
V
Decretou que a sessão
Que votou o parecer
Nunca teve serventia
E não podia valer,
Pois foi um circo montado
Pra político aparecer.
VI
Também anulou os votos
Computados na sessão
De quem dedicou à sogra,
À mulher e ao irmão,
Ao filho e à empregada
E à loira do peitão!
VII
- Vamos começar do zero,
Já disse e tenho dizido,
Michel Temer só assume
Depois do prego batido,
Dona Marcela não vai
Inaugurar o vestido!
VIII
- Pode trazer do Senado
Os autos desse processo,
Que eu já botei foi estrume
Dentro do meu abscesso,
Ou vota tudo de novo
Ou vamos entrar de recesso!
IX
Quando Waldir se exaltava
Como um atleta na pista,
Apareceu Bolsonaro
Passando a tropa em revista
Querendo assinar a ficha
Do Partido Comunista.
X
Há apostas se o Senado
Derruba ou fica de pé.
Quem dá jeito é Zé Limeira
Explicando ao Rei Pelé:
-Futebol não é esporte,
Ou independência ou morte,
Ou vamos tomar café!