UM NOVO VOCABULÁRIO
PALAVRAS ESTRANHAS
Vou escrever pra você
Uma coisa diferente
Algumas palavras novas
Para seu conhecimento
Era assim que se falava
Na terra de nossa gente
Aqui eu nada invento
Porque eu fui do lugar
São nomes dos instrumento
Que se trabalha lá
Era cambito e cangalha
Coxinho cela pra montar
Caçoar cambito e canga
São instrumentos de uso
Foice estrovenga machado
Enxada, serra eu conduzo
Dizer todos instrumentos
Talvez se torne um abuso
Valado, valeta aceito
Conta tarefa moinho
Manta capa de cangalha
Vara de ferrão coxinho
Tem no cavalo esquilinho
Tomar lapada de vinho
Aqui tem um bocadinho
Do modo de se falar
Eles dizem lá em riba
Pro mode intonse contar
Dizem tombem e provia
Oxente já vi prula
Arreio cabresto e canga
Eu vou tentar me lembrar
Vagão é carro de linha
Trole dormente que dá
Pontilhão e cabeludo
Era o trem desse lugar
Sopa barriga é um ônibus
Que se conhece por lá
Guiné se chama capote
Também já ouvi falar
Vaca maninha é aquela
Que não pode recriar
Jumento jerico e jegue
É o que se tem por lá
A égua chama-se besta
Rodante é para arrochar
A carga do cambiteiro
Para ela não virar
Existe a palavra mode
Tem a palavra provia
Intonso é outra palavra
Que o povo pronuncia
Promode a gente via
Assim se comunicar
Espere que vou mostrar
Outra que lá existia
Existe também muié
Não tem outra explicação
Com tanta palavra assim
Só vendo a conclusão
Parece outro país
Essa pronunciação
Tem também o banho de bica
O futebol pra mostrar
Tem bem perto uma escola
Para os meninos estudar
E tem também a moçada
Que gosta de se mostrar
Tem o ar puro do campo
Que ajuda respirar
O leite de manhãzinha
Que a gente vai tomar
Tirado naquela hora
Gostoso pra se danar
Bonito é a gente ver
Toda manhã bem cedinho
Aquela passarinhada
Cantando fazendo ninho
E ver o trabalhador
Andando em seu caminho
Eles seguem a sua estrada
Sai cedo pra trabalhar
Bota a enxada nas costas
Ou a corda pra amarrar
O animal de tração
Que ajuda a produção
Pra sua vida mudar