Gracinha, eu e minha carteira.
Mas tá adiantado demais as coisas
Na capital ou no interior
Imagine que Maria as Graças, a Gracinha
Costura com maquina de motor
E ói que a bicha é feinha
Comprou uma tal de chapinha
Até o cabelo melhorou
As brotoeja que tinha na cara
Num sei como foi que se sucedeu
Ela passa uns talcos na cara
Umas pasta, acho que passa até breu
E ói que conheço gracinha
Ela ta com a pele lisinha
Quem ta dizendo sou eu
De longe quem via espantava
Com tanto peito sobrando
Aquilo debaixo da camisa
Perto do umbigo balançando
E ói que conheço Gracinha
Eu ria dos peitos da bichinha
E hoje tô elogiando
Essa semana se arrumou toda
No dia da missa de finado
Foi toda emperiquitada
E eu fiquei foi enciumado
E ói que conheço gracinha
Com fé em Deus ela vai ser minha
Acho que estou apaixonado
Graça comprou uma coisa
Que veste debaixo do capote
Ela encaixa e arruma os peito
Chega fica volumoso no decote
E ói que conheço Gracinha
Prometo pra santa Terezinha
No matrimônio eu mato um garrote
Por Elenice mandei um recado
Prima da minha futura
Fale que estou encantado
Sei que a moça ainda é pura
E ói que conheço Gracinha
Me disse, posso até tá sozinha
Mas já provei do pecado
Eu disse não tem problema
Quero casar contigo
Vou trata-la com carinho
Vou te livrar do perigo
E ói que desconheci Gracinha
Perguntou do dinheiro que eu tinha
E que não se casava com liso.
São Paulo, Vigésimo nono dia do quarto mês de dois mil e dezesseis, ano do nosso senhor Jesus Cristo.
Laudo Costa.