CARNE PRA POBRE!
Estou ouvindo na imprensa
Principalmente na televisada,
Que o custo de vida caiu
A inflação foi derrubada
Quanta mentira, meus leitores
Os preços estão uns horrores
Da carne, então, tá em disparada!
Pobre quando vê carne
Entra até em desepero,
Olha no fim do salário
Enxerga o mês inteiro
A carne já tava em alta,
Agora só não faz falta
Pro senador "Renan Calheiro"!
Seria cômico, mas é triste
O que em Franca ocorreu
Naquela cidade paulista
Uma senhora quase morreu
Foi no final do mês passado
Nos jornais foi noticiado:
"Uma mulher, um garfo comeu"!
Uma pobre trabalhadora
Cedinho fez sua marmita,
Pensando em ir trabalhar
No almoço, comer carne frita,
Pegou uns pedaços com carinho
Foi fritando devagarinho,
Sentindo o cheiro da bendita.
A mulher não se conteve
Um pedaço foi mastigar,
Não mediu bem o tamanho
Que podia na goela passar
Se entalou com a comida,
Sozinha, não teve guarida
Pegou o garfo pra empurrar!
Quando a carne desceu
E pro estômago foi direto,
Ela não viu mais o garfo
Que junto desceu reto,
A mulher se desentupiu
Mas, o garfo todo engoliu
Isso é um fato concreto!
Lá no hospital, os médicos,
Nem exames quiseram fazer
Pois o garfo é perfurante
Tempo, eles não podiam perder,
Se o estômago não aceitasse
E o garfo o perfurasse...
Coisa pior poderia acontecer!
Foi realizada uma cirurgia
E a retirada daquele metal,
Estava o cabo pra baixo
Dos males, o menos mal,
Se achar que estou mentindo
Pode ir até conferindo
Em Franca, Hospital Municipal.
Gente que vive trabalhando
Uma carne não pode comer,
Enquanto um tal senador
Milhares de bois pode vender,
Nesse país das desigualdades
São tão tristes certas verdades
Sinto até nojo em saber!
Renan, o grande comilão,
O osso não quer largar,
Não quer ser como o Roriz
Que não se deixou cassar,
Esse Roriz não é otário
Ele sabe que é bom o salário
Em breve, ele volta a abocanhar!!!
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