FUZUÉ NO ARRASTA PÉ
Deu as gotas serenas
Na casa de Zé Mané
Delzefina e Raqué
Duas muié atarentadas
Afilhadas danadas
Arribaram de casa
No morrido da noite
Para uma esfrega –esfrega
Arrasta pé .
Quando seu Mané se deu conta
Ficou prá lá de arretado
No terreiro aperreado
Mode um moio de coento
De igual formiga solta em açucareiro .
Seu Mané ficou possuído
Perdeu seu tino
Seu juízo
Por ter sido enganado
Subiu em seu cavalo
Esquecendo até o sapato .
Chegando no salão
Tirou da cintura uma velha carabina
Adoidando sua cabeça
Sua vocação .
E para acabamento da história
Daquele momento de agonia
Deu dois tiros certeiros no ar
Sem pestanejar .
Ainda corre no terreiro
Seu Euclides Sanfoneiro
Seu Antônio do triângulo
E o povo do salão ?
Só Deus sabe aonde estão !