FUZUÉ NO ARRASTA PÉ

Deu as gotas serenas

Na casa de Zé Mané

Delzefina e Raqué

Duas muié atarentadas

Afilhadas danadas

Arribaram de casa

No morrido da noite

Para uma esfrega –esfrega

Arrasta pé .

Quando seu Mané se deu conta

Ficou prá lá de arretado

No terreiro aperreado

Mode um moio de coento

De igual formiga solta em açucareiro .

Seu Mané ficou possuído

Perdeu seu tino

Seu juízo

Por ter sido enganado

Subiu em seu cavalo

Esquecendo até o sapato .

Chegando no salão

Tirou da cintura uma velha carabina

Adoidando sua cabeça

Sua vocação .

E para acabamento da história

Daquele momento de agonia

Deu dois tiros certeiros no ar

Sem pestanejar .

Ainda corre no terreiro

Seu Euclides Sanfoneiro

Seu Antônio do triângulo

E o povo do salão ?

Só Deus sabe aonde estão !

Ana Maria Marques
Enviado por Ana Maria Marques em 22/04/2016
Reeditado em 13/06/2019
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