Tá chovendo no sertão
É hora de agradecer
Tá chovendo no sertão
Tem agua no ribeirão
O açude vai encher
Quem plantou já vai colher
A fartura vai voltar
A passarada a cantar
Tudo agora tem magia
A natureza anuncia
Que é tempo de prosperar
O gado já está no pasto
A criação no cercado
Dá gosto ver o roçado
Logo logo tem abasto
Já diminuiu o gasto
Com a compra de ração
Melancia, milho e feijão
Vamos comer sem sobrosso
A vida vira um colosso
Quando chove no sertão
É a hora que os parentes
Que moram lá na cidade
Conhecerem a novidade
E as mudanças recentes
Nos visitam bem contentes
O compadre me elogia
Quer ir para a pescaria
E tomar muita cachaça
Até o mato acha graça
Acabou a agonia
Na quentura do lajeiro
Um calango se esquenta
Um concriz se alimente
Com uma fruta de cardeiro
No meio do tabuleiro
A babugem se enrama
A natureza derrama
Paz, esperança e amor
É o fim de toda a dor
E o adeus ao nosso drama