Perdão, meu Deus.

Eu realizei um sonho

Confrome estava na agenda

Vendi carro, vendi moto

Dei em troca a minha "tenda"

Convenci toda a família

Ao comprar minha fazenda

Eu sonhava todo dia

De comprar, tinha esperança

Isso era um desejo enorme

Tinha fé e confiança

Fruto de um plano antigo

Que eu tinha desde criança

Tudo eu tinha imaginado

Para o plano executar

Tinha estudado ovinos

O seu hábito alimentar

Eu já tinha decidido

Que leucena ia plantar

Planta rica em proteína

E por ser leguminosa

Recupera bem o solo

Tem um gás, é perigosa

Mas se for bem conduzida

Deixa a ovelha mimosa

Ia plantar flor de seda

Também forte em proteína

Perene e bem resistente

No sertão é uma mina

Não é exigente em água

Vive bem só com neblina

O sonho que eu alimentava

Que guardei com tanto zelo

Me tornou alvo do mal

Se tornou um pesadelo

Nunca eu tive tanto medo

Em pé ficou o cabelo

Logo na primeira noite

Que eu fui dormir no meu pó

Fui atacado sem pena

Por um grupo vil, bocó

Lutei, defendi meu povo

Luta de um homem só

Apaguei todas as luzes

Me escondi na escuridão

Fui alvo da covardia

Nos carrascais do sertão

Mas Deus, estava presente,

Segurou na minha mão

Cinco bandidos morreram

Porém salvei minha vida

Por sorte a minha família

Foi no ato protegida

E o grupo que atacou

Graças, perdeu sua vida

Eu não queria matar

Acaso eu ia morrer?

Tem o homem nessa hora

Direito a se defender?

Na defesa, ele matando

Na corte vai responder?

Respondo se for preciso

Aceito ir pra prisão

Mas defender os meus filhos

Não é minha obrigação?

Se errei perante Deus

Peço lhe agora perdão

Polion de São Fernando
Enviado por Polion de São Fernando em 31/03/2016
Reeditado em 06/04/2016
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