Perdão, meu Deus.
Eu realizei um sonho
Confrome estava na agenda
Vendi carro, vendi moto
Dei em troca a minha "tenda"
Convenci toda a família
Ao comprar minha fazenda
Eu sonhava todo dia
De comprar, tinha esperança
Isso era um desejo enorme
Tinha fé e confiança
Fruto de um plano antigo
Que eu tinha desde criança
Tudo eu tinha imaginado
Para o plano executar
Tinha estudado ovinos
O seu hábito alimentar
Eu já tinha decidido
Que leucena ia plantar
Planta rica em proteína
E por ser leguminosa
Recupera bem o solo
Tem um gás, é perigosa
Mas se for bem conduzida
Deixa a ovelha mimosa
Ia plantar flor de seda
Também forte em proteína
Perene e bem resistente
No sertão é uma mina
Não é exigente em água
Vive bem só com neblina
O sonho que eu alimentava
Que guardei com tanto zelo
Me tornou alvo do mal
Se tornou um pesadelo
Nunca eu tive tanto medo
Em pé ficou o cabelo
Logo na primeira noite
Que eu fui dormir no meu pó
Fui atacado sem pena
Por um grupo vil, bocó
Lutei, defendi meu povo
Luta de um homem só
Apaguei todas as luzes
Me escondi na escuridão
Fui alvo da covardia
Nos carrascais do sertão
Mas Deus, estava presente,
Segurou na minha mão
Cinco bandidos morreram
Porém salvei minha vida
Por sorte a minha família
Foi no ato protegida
E o grupo que atacou
Graças, perdeu sua vida
Eu não queria matar
Acaso eu ia morrer?
Tem o homem nessa hora
Direito a se defender?
Na defesa, ele matando
Na corte vai responder?
Respondo se for preciso
Aceito ir pra prisão
Mas defender os meus filhos
Não é minha obrigação?
Se errei perante Deus
Peço lhe agora perdão