O Universo numa casca de bacuri
Há onze anos atrás
nos calô de Teresina,
tá escrito nos jornais
da América latina:
Nasceu Xandin de Alencá,
um curumin exemplá,
nas terra da cajuína.
Já nasceu fazendo estória
de afamada inteligência;
uma mente meritória,
desafiando a ciência,
foi nascê no Piauí,
com o maior dos QI
que o guines faz referência.
Primeiro dia de vida
e já falava alemão...
e prá calá quem duvida,
escreveu, cas duas mão
uma carta em latim
e a outra em mandarim,
mode fazê tradução.
Era bom no aramáico,
catalão e esperanto;
corrigia em hebráico
as fôia do livro santo;
inté na língua de mudo
ele falava de tudo,
o moleque era um espanto!
Antes do primeiro mês
já se pôs a engatinhá,
que nem gato picinez,
antes do bicho engordá.
Gatinhava tão ligeiro,
que de dezembro a jeneiro
já começou a andá.
No primeiro aniversário,
primeiro ano de vida,
já ensinava ao vigário
sua reza preferida.
No dia do batizado
perdoou tanto pecado,
inté da vó Margarida.
Pulou o jardim da infância,
e tombém o pré-primário,
sem magá da ignorância
dos aluno refratário,
prá quem fazia questão,
sem cobrá nenhum tostão,
de ensiná o abcedário
Inté mesmo os professô
ele passava um quinal!
O que é de se supô,
pois a mente genial,
tirava raiz quadrada,
e razão aproximada
de desenho espacial.
Hoje aos quase doze ano
de vida no Piauí,
segundo o véi Segisnando,
que é o avô do Saci,
Ele faz experiência,
pro progresso da ciência,
na casca dum bacuri.