O jovem

Em busca de um sonho,

Partirei pelo mundo.

Vou partir agora,

Não posso perder um segundo.

Meu amorzinho me espera

Na primeira estação,

Psiu!! Estamos fugindo!!

Vê se não comenta não!!

Nem cochiche,

Alguém pode ouvir.

Psiu!!

Preciso partir.

O pai dela não me aceita,

A mãe dela, como genro não me quer.

Tô indo sim!!

Seja o que Deus quiser!

Oh! Como está linda amor!

Que perfume cheiroso!

Oh! Quanta alegria eu sinto,

Estar ao seu lado é muito prazeroso.

Sei que muitos não perdoarão

Essa nossa atitude.

Mais é grande nossa paixão.

Que Deus nos ajude!!

Pra onde mesmo vamos?

Tem algum dinheiro aí?

Não? Não acredito!!

Mas isso não nos impede de seguir.

Meu coraçao esta disparado,

Acho que estou nervoso.

Deixa-me, aconchegar em teu ombro

E sentir, esse aroma gostoso.

Vamos seguir sem medo,

Por esse mundão de Deus.

Descansa um pouco querida,

Deita nos braços meus!

Amor! O trem parou!

Precisamos descer.

Apressa-te! Temos de procurar

Um albergue, já vai escurecer.

Toc, toc, toc, toc.

Já vai!! Já vai!!

Toc, toc, toc, toc.

Um homem sai.

Entrem, pois começa garoar.

Vieram pra pousar?

Sim meu Senhor,

Precisamos descansar.

Minha filha vai arrumar o quarto,

A esposa prepara o jantar.

Sentem-se, e fiquem a vontade.

Não vai demorar!

Vinte minutos depois.

Obrigado! Estamos servidos,

Pode nos mostrar o quarto, vamos deitar.

Viajamos o dia todo

Precisamos repousar.

Seu quarto é por aqui,

Acompanho vocês.

Aqui a sua esquerda,

Um delegado, a direita, o Sr. Burguês.

No silêncio do quarto,

Amaram-se, com paixão ardente.

Horas de êxtase,

Aproveitando o presente.

Horas depois,

O silêncio é interrompido,

O jovem ficou inquieto,

Com o barulho ouvido.

Vindo da direita, do quarto do Sr. Burguês.

Um estralo, um ruído,

Copos ao chão,

Vidro destruído.

O jovem

Desconfiado.

Ficou trêmulo,

Coração ascelerado.

Colocou as chinelas,

Abriu a porta, ia pé a pé.

No quarto à direita,

"Vou descobrir o que é"!

Parou com sua vela,

Ao lado da porta de mangue.

Ficou horrorizado,

Ali escorria sangue.

A cor vermelha tomara a sola

Da chinela amarela.

Veio-lhe a vontade de fugir,

Perguntou o que pensava ela.

Também estou com medo,

Não posso lhe negar.

Mas se assim partirmos,

Todos nos viram, vai adiantar?

Até onde iríamos,

Sem a polícia nos caçar?

O dia esta amanhecendo,

Volte deitar.

Tomaremos o café da manhã,

Aí sim podemos partir.

Sem medo,

Felizes vamos seguir.

O dia amanhece.

À mesa de café servida,

O coração descompassado.

Com enorme insegurança

Continuaram ali sentados.

Obrigado! Respondia o manager,

Quando o jovem acertava a despeza.

A perna tremeu

Quando avistou o Delegado na mesa.