Sem chão
 
Frente à janela para a vida
Num automático impulsivo
Vou tirando tentativas
Das caixas de comparações
Onde há volumes disformes
Já tachadas nos conformes
De outras tantas ocasiões
 
São pandoras já fechadas
Depois de serem marcadas
Etiquetadas em um vão
Para elas destinadas
Lacradas e confinadas
Por serem consideradas
Dispensadas de missão
 
Nas demais que eu mantenho
Mais pra perto é que eu venho
Usando em primeira mão
Porém vão se esgotando
Os estoques acabando
As semelhanças minguando
E não tenho outra opção
 
São estranhos os fatos novos
Engendrados pelos povos
Veredas e direções
Que mesmo conhecendo as lutas
Através da experiência
Me ocorre às vezes a crença
Num lapso de uma ocorrência
Temer não ter no padrão
 
Pois sei que o método é falho
Que nascerá sempre um galho
Na floresta das questões
Que minhas caixas, coitadas
De dimensões apertadas
Concepções cerceadas
Sucumbiriam por nada
E me deixaria sem chão