Todo fato é uma mentira, se ninguém acreditar

Houve um tempo neste mundo

de imensa agitação,

sobretudo com a Europa

crescendo a população,

pois foi daí o começo

das grandes “navegação”.

Dos países que primeiro

se lançaram em alto mar,

um deles foi Portugal

que o Brasil veio encontrar

no tempo de Dom João,

o rei que mandava lá.

Portugal especializou

em viagens mais distantes,

buscando ouro e a prata

e até mesmo diamantes,

mas também se ocupava

de temperos e corantes.

Teve um país da Europa

que na América aportou,

e aos Maia, Inca e Asteca

quase que exterminou,

por cobiça de um tesouro

mas o mundo se calou.

Este país foi a Espanha

que agiu qual feroz touro,

sendo ela mui temida

em sua caça ao tesouro,

fazendo carnificina

por poder e pelo ouro.

A Inglaterra também

passou cruzar oceano,

e na América do Norte

tentou fundar o seu plano:

criar a Nova Inglaterra,

mas esse foi ledo engano.

O povo inglês na América

chegou pra colonizar,

mas os nativos que havia

começaram a exterminar,

depois trouxeram da África

gente pra escravizar.

Outros países também

passaram a singrar os mares,

como o caso da Holanda

que foi a muitos lugares,

inclusive no Brasil,

diz os livros escolares.

Falando em livro se lembra

da História Oficial,

mas também é necessário

pensar com outro astral,

pois aqui a China esteve

muito antes de Cabral!

É certo que a China esteve,

em tempo imemorial,

na terra de Pindorama

deixando aqui ancestral,

note pois a semelhança

do nativo e o oriental.

Existem dados de estudo

que causam agitação,

tratando que há muitos anos

a África fez incursão

na Norte América antiga

e ouçam a revelação:

Nas viagens africanas

há muitos século passados,

com os negros foram brancos

vivendo escravizados

e também levaram cães

por eles domesticados.

Seguindo aqui nossa história,

também se faz necessário,

falar da ilha de Atlântida

sendo esta o itinerário

de muitos navegadores

chamados de visionário.

A gana por encontrar

a ilha do povo atlante,

fez muito sábio tornar

em um tolo ignorante,

cruzando a tênue linha

da razão, tal qual errante.

Já falei sobre países

e de suas desventuras,

mas agora vou falar

de heróis e suas bravuras,

fascinando o mundo inteiro

com diversas aventuras.

Existiu um certo homem,

porém não posso afirmar,

mas sei de sua viagem

de mil léguas sob o mar.

Foi um tal Capitão Nemo,

de acordo ouvi falar.

No nordeste brasileiro

houve grande confusão,

foi no tempo do cangaço

de bravura e aflição.

Neste tempo é que surgiu

Virgulino, o Lampião.

Uma vez quando criança

de um homem ouvi falar.

Dizem que foi um herói,

de bravura singular,

que enfrentou muitos gigantes

lá nas terras de além mar.

Esse homem foi guerreiro

e também um destemido,

sendo ele um cavaleiro

em La Mancha conhecido.

O seu nome é Dom Quixote

e o Sancho seu amigo.

Dizem que há muito tempo,

na chamada Antiguidade

existia um certo homem,

não sei se bem é verdade,

que cumpriu doze trabalhos

cada um em uma cidade.

Esse homem foi o Hércules

já por muitos conhecido,

mas não posso confirmar

se foi mesmo acontecido,

ou se é fruto da memória

do povo grego antigo.

Também existiu o Guliver,

pra quem queira acreditar!

Imagine, então, se pode

numa ilha encontrar,

um povo tão pequenino

que se iguala ao polegar?

Vejam só como é a mente

de um homem inventivo:

o Guliver foi numa ilha,

na qual esteve cativo,

dum povo que era gigante,

conforme se diz no livro.

Uma coisa só me basta,

meu caro amigo leitor,

é saber interpretar

quando a história tem valor,

mesmo aquelas nascidas

na mente do escritor.

Vamos nós daqui pra frente

chegar ao verso final,

só peço mais paciência,

pois isso é fundamental

pra terminar a leitura

desta história sem igual.

Eu fiz aqui um relato

de coisas que ouvi contar,

não sei se tudo é verdade,

porém não posso ocultar,

pois creio: tudo tem dia

e hora pra começar.

Assim também chega a hora

de esta história acabar,

mas antes digo ao leitor,

que se põe a duvidar:

todo fato é uma mentira,

se ninguém acreditar.

Epílogo

Se um dia o sol se pôr

invertido no nascente,

levarei a eternidade

vasculhando minha mente,

indagando se é fato

ou se já estou demente.

Santana, Silvio S. – (Vidal) 20/12/2015