Uma breve história das Copaíbas
Copaibeiras são árvores
Encontradas no Brasil
Na região Amazônica
Quem aqui nunca as viu?!
Estão também no Sudeste
Nordeste, Centro-Oeste
Vou lhes contar seu perfil.
Pois também estão presentes
Na América Latina
África Ocidental
Tudo como se ensina
Vivem 400 anos
Mas não tenha um engano
Da cor da sua resina.
Atingem 40 metros
De altura com firmeza
Também até 4 metros
De diâmetro, certeza
E reluzem feito ouro
Da floresta um tesouro
Presente da natureza.
Tem a casca aromática
E uma densa folhagem
Possuem flores pequenas
E frutos do tipo vagem
Pretas são suas sementes
Com arilos reluzentes
Mudam toda paisagem.
E dela é extraído
Óleo-resina dourado
Sucesso na medicina
Há muito utilizado
Um produto natural
No Brasil colonial
Que já era exportado.
França, Estados Unidos
Inglaterra, Alemanha
Do centro da Amazônia
Era alvo de barganha
As potencialidades
Diversas utilidades
Ganharam fama tamanha.
Também algumas espécies
Interessam a madeira
Que é lisa e lustrosa
Durável e de primeira
Marcenaria geral
Construção civil, naval
Assim usam por inteira.
Bem como utilizadas
Para a fabricação
Desde peças torneadas
À prática do carvão
De suas utilidades
Que já ouvi em verdade
Até alimentação.
É da família Fabaceae
Pela classificação
Do gênero Copaifera
Muitas espécies então
Um pouco mais de 70
Que na qual se reinventa
Em mais uma região.
No Brasil são 16
Espécies exclusivas
Na África nós contamos
19 atrativas
E tem também na Ásia
Na Ilha Bornéu, Malásia
Uma representativa.
Seu nome vem do Tupi
Ao óleo é referente
Cupa-yba é seu nome
Que vos conto num repente
É árvore de depósito
Da jazida, seu propósito
Que é muito pertinente.
O óleo da copaíba
Era muito preferido
Do índio americano
Para tratar dos feridos
Foi também medicinal
No coto umbilical
Dos filhos recém-nascidos.
E tal conhecimento
Vem da observação
Que os animais feridos
Chamavam a atenção
Pois nos troncos atritavam
E assim eles buscavam
Sua cicatrização.
Desde os primeiros anos
Após o descobrimento
Viajantes, jesuítas
Tem esse entendimento
Do uso medicinal
E indicam para tal
Com todo consentimento.
Nos anos 1500
Houveram publicações
De latim para francês
Também outras traduções
Ao bálsamo exaltavam
Seus efeitos ressaltavam
Com grandes repercussões.
O excelente odor
O poder cicatrizante
Eram tão referendados
Que a fez tão importante
E o óleo foi o tal
Comentário mundial
Disso foi o resultante.
Daí ela se tornou
Um produto respeitado
No Maranhão, Grão Pará
Com todo seu predicado
Eram muitas qualidades
Pra tantas enfermidades
Que logo foi exportado.
A primeira descrição
Exposta e ilustrada
Em detalhes de florestas
Sucedeu na empreitada
De MarcGrave e Piso
Que mandaram o aviso
Do termo denominada.
Aspectos morfológicos
Então possibilitou
Na descrição da espécie
E Linnaeus a revelou
Concluindo ao final
A forma oficial
Depois que Jacquin errou.
1818:
O governo do império
Promulgou regulação
Proibindo derrubada
E a sua extração
Assim veio limitar
Pra não deixar acabar
O tesouro do rincão.
1821:
Mais duas novas espécies
Foram adicionadas
E 4 anos depois
Foram mais consideradas
Daí chegaram mais oito
Mas Hayne foi mais afoito
Com 16 confirmadas.
Essas tais obras de Hayne
E mais outras descrições
Deram frutos pra pesquisas
Com novas expedições
Servindo de ampla base
Entrando em nova fase
Outras realizações.
Espécies americanas
Por fim foram detalhadas
Obras de Bertham, Von Martius
Harms e Ducke compiladas
A Flora Brasiliensis
Amazônia, cearenses
Foram as realizadas.
Boa Vista, 08 de março de 2016.
Série CORDEL PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS
Folheto nº 5
Baseado no artigo:
PIERI, F.A.; MUSSI, M.C.; MOREIRA, M.A.S. Óleo de copaíba (Copaifera sp.): histórico, extração, aplicações industriais e propriedades medicinais. 2009. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 11(4):465-472.