A PESTE
Ler o noticiário
Tão pouco informativo
Parece o obituário
De um sonho coletivo.
O País passado a limpo
É o que se diz por aí
Como se fosse o Olimpo
A terra onde nasci.
Anos de escravidão
De latifúndio e matança
E nossa população
Só pisa onde o pé alcança.
Politica desarranjada
De uma elite ‘sem noção’
Que trata a Pátria amada
Como negócio em balcão.
O imbróglio se resume
No fogo de vaidades
Nem o Governo se assume
Perdido em veleidades.
A Oposição, por seu lado,
Só faz guerrilha verbal
Sem projeto articulado
No Congresso Nacional.
A Economia desanda
Desemprego em ascensão
São muitos regendo a Banda
Mas todos na contramão.
Passaram ao Judiciário
O papel de legislar
O que acho temerário.
E se quiser Governar?
Ainda há a desgraça
A infestar a Nação
Epidemia que grassa
Tal qual a corrupção
Um aventureiro mosquito
Criado pelo descaso
Com seu nome esquisito
Está causando um arraso.
A mais grave das doenças
Sem remédios ou vacina
Apelando para crenças
Quem sabe ela se fina?
Na lista das orações
Importante acrescentar
“que se apiedem os corações
Dos que querem nos Mandar”.