O DIA EM QUE O DIABO TEVE DENGUE
O DIA EM QUE O DIABO TEVE DENGUE
Edson Oliveira
Alguém veio me contar
Que outro alguém lhe contou
Um fato que aconteceu
E logo se espalhou
Causando o maior perreng
Numa epidemia de dengue
O Diabo também pegou.
Foi uma grande confusão
Que abalou o inferno inteiro
O capeta teve febre
Tremia o corpo inteiro
Dizia não acredito
Que a peste desse mosquito
Veio aqui pro meu terreiro
Ô mosquito desgraçado
Ninguém consegue vencer
Ele é pior do que eu
pra fazer alguém sofrer
Tá tomando o meu lugar
Se essa praga não passar
Não sei o que vou fazer.
O diabo se maldizia
E ficava resmungando
Com manchas avermelhadas
Pelo corpo se espalhando
Dizia: Ó maldição
Essa doença do cão
Tá quase me acabando.
Enquanto isso o mosquito
Zombava e dizia assim:
O diabo tá pensando
Que vai se livrar de mim
Se ele se descuidar
Eu voltarei a picar
Então será o seu fim.
Nesse interim o diabo
convocou sua legião
dizendo que no inferno
era feia a situação
saiu berrando aos gritos
acabem com esse mosquito
ou eu peço demissão
No meio da confusão
Uma ideia surgiu
A de expulsar o mosquito
Já que ninguém consegui
Mata-lo ou prende-lo a ferro
Expulsaram-no do inferno
E mandaram pro Brasil.
Chegando aqui no Brasil
Foi logo fazendo plano
De fixar residência
E aos poucos se acostumando
Na primeira epidemia
Começou a agonia
Pois ele já foi falando:
Eu não nasci aqui
Mas cheguei para ficar
Onde houver agua parada
É lugar bom de se morar
Prestem atenção no que digo
Se alguém brincar comigo
Do meu ferrão vai provar.
Eu não dispenso ninguém
Comigo não tem conversa
Vascilou leva picada,
Minha parada é essa
Não pensem em me deter
Pois eu vou picar você.
Vida boa não tem pressa.
Por isso caro leitor
Atende este meu recado
Com o mosquito não se brinca
É bom que tenha cuidado
Se proteja cidadão
Se ele picou o cão
Você pode ser picado.
Cordel criado para campanha de prevenção a dengue no municipio de Fortaleza.