A senhora do destino
Com todo respeito que tenho por todos os membros do Recanto hoje publiquei um texto que ofereço à nobilíssima senhora Maria Augusta da Silva Caliari e seu dileto filho Charles Lima com o meu respeito a ambos.
A senhora do destino.
Oh senhora do destino
Que aos filhos dá a mão
Aconselhe o seu menino
A nunca sujar o chão
Sempre dê a ele ensino
Faça dele um cidadão.
Não postergue os afazeres
Que na faina se apresentam
Tenha também seus prazeres
Nas virtudes que contentam
Não se renda aos maus-dizeres
São poeiras que se assentam.
Nunca negue o seu conselho,
Ao menor abandonado,
Eles são como o espelho
Só refletem o colocado
Sobre o seu próprio joelho
Por ser ele um enjeitado.
Se o seu filho for soldado
Faça dele um general
Se tiver destino alado
O seu sonho é um ideal
De um caminho encadeado
Pelo amor matriarcal.
Leve a ele essa ternura
Que seu coração transborda
Não se prenda em sinecura
Nunca se prenda com corda
Dê a ele sã cultura
Com a qual tudo concorda.
Estimule a ler bons livros
Dê conselhos todo o tempo
Mostre que na vida há crivos
Que não passam com o vento
Faça dele um homem altivo
Tenha o coração atento.
Ser senhora do destino
É ser mãe o tempo todo
É nunca perder o tino
Nunca utilizar engodo
É tornar o filho ladino
Mas não jogá-lo no lodo.
É ser a mãe carinhosa
Que esconde no sorrir
O prazer de dar a rosa
Ao espinho que a ferir
Se acaso está nervosa
Nossos olhos vem abrir.
Por que toda mãe é brava
Eu nunca vou aprender
Mas sei que ela é a aldrava
Na porta a nos proteger
Quase sempre é a escrava
Do filho que vai crescer.
Sua faina não tem nome
Mãe é ela simplesmente
O amor que a consome
Fá-la viver calmamente
Fazendo do filho um homem
E vivendo honestamente.
Foi Deus quem fez a mulher
E lhe deu esse caminho
Pois a mãe até Deus quer
Para não se ver sozinho
O seu ganho, se houver,
É coroa de espinho.
Essa mãe de quem eu falo
São as moças de outrora
Que até no seu trabalho
Seguiram Nossa Senhora
Muitas delas, com orvalho,
Curam dores de quem chora.
Se não houvesse destino
Haveria essa senhora
Ela é como aquele sino
Que nos faz saber a hora
De subir até o cimo
E também de ir embora.
Muitas moças da cidade
Escolheram não ser mãe
Deixam passar a idade
Já sabendo de antemão
Que é sempre caridade
Adotar algum irmão.
Sem amor não há prazer
No destino de ser mãe
É somente ter poder
Sobre alguém lhe dando o pão
Mas também é aprender
Como é duro não ser mãe.
Nessas mal traçadas linhas
Pus somente sentimentos
De uma mãe que nunca tinha
Tempo para os seus lamentos
Pois a si mesmo convinha
Viver só os bons momentos.