FENÔMENO SOCIAL
Esporte que o povo abraça
Nao é mais o futebol
Mas o levantar da taça
De manhã ao por do sol
De cerveja ou de cachaça
Antes fosse o voleibol.
Fenômeno nacional
Essa coisa de beber
Diz-se é apenas social
E não há o que temer
Na verdade é um grande mal
Que no fim só faz sofrer.
Há que se preste atenção
E que se tenha o cuidado
Pra que a população
Não abuse do melado
Beber sem moderação
Já causou muito finado.
Seja pobre ou bacana
Pra fugir da vida a só
Muita gente se engana
É uma pena de dar dó
Vai, se afunda numa cana
E abotoa o paletó.
O nosso país faceiro
Não tá só neste sentido
Espalhou pro mundo inteiro
Este fato acometido
Também lá no estrangeiro
Já soaram o alarido.
Dizem que tomar um vinho
Todo dia faz tão bem
Mas tem que ser só um pouquinho
E a saúde ele mantém
Nunca beba assim sozinho
Compartilhe com alguém.
Caso beba, não dirija
Pra acidente não causar
Vá de taxi, a pé que seja
Pra sair de casa ou bar
É o mínimo que se enseja
Para vidas preservar.
Hoje há muito recurso
Pra pessoa se curar
Se quiser mudar o curso
Tem que sério desejar
Acabar com o discurso
E agir para se aprumar.
Ainda há quem se arrisque
De alambique ou fermentada
Da velha pinga ao uísque
Simples ou sofisticada
O final é sempre triste
É a vida destroçada.
De cerveja em cerveja
Fígado em comadose
Dia a dia sem que veja
Já virou uma cirrose
A cachaça ainda deseja
E não dispensa uma dose.
Fica a minha opinião
Melhor ser abstinente
Que andar de tropeção
Não há família que aguente
A dor e a desilusão
Dum cativo em aguardente.