BRASILEIRO ACHA QUE É BOM MALANDRO MAS NÃO PASSA DE UM GRANDE OTÁRIO
Pra pagar meia passagem estudantes
Vão às ruas pra brigar, fazer baderna.
Perdem dedos das mãos, quebram as pernas.
Manobrado de modo esfuziante
Por promessas que são mirabolantes
Por políticos que neste cenário
Dão somente esmolas, um denário.
Pra eleger-se aproveitam o meandro.
Brasileiro acha que é bom malandro
Mas não passa de um grande otário.
Condena-se a quem sempre produz.
Combate-se quem luta por ter lucro,
Como se fosse pecado. Oh! Povo xucro!
Socialismo ao nosso povo seduz.
Pois quer que todos só comam cuscuz.
Permite-se Estado muito perdulário.
Governantes desfilam seus rosários
De mentiras tiradas de calhandros.
Brasileiro acha que é bom malandro
Mas não passa de um grande otário.
Fura filas e corta cruzamento.
E acha que é sujeito bem esperto.
E o errado só pra ele dá certo.
Mas não passa de coisa de momento
Bem efêmera que traz sofrimento.
Porque sempre quem é um salafrário
Não será jamais um ser dignitário
Porque não passa de um ser ginandro.
Brasileiro acha que é bom malandro
Mas não passa de um grande otário.
Briga-se por centavos, por tostão,
Porém não briga contra essa ladroagem.
No País se instalou a rapinagem.
Desde que surgiu o tal mensalão,
Que continua agora no Petrolão.
Mas se luta por bando de salafrário
Que governa aqui neste cenário
Como se fosse um grande Leandro.
Brasileiro acha que é bom malandro
Mas não passa de um grande otário.
Brasileiro crê na hipocrisia
Que a bolsa-família é progresso.
Quer de graça transporte até ingresso.
Mortadela recebe com alegria.
E defende bandidos na euforia
De achar que será destinatário
De futuro melhor com bom salário.
Porém só perde neste grande meandro.
Brasileiro acha que é bom malandro
Mas não passa de um grande otário.
Ginandro – que tem órgão reprodutor masculino e feminino. Hermafrodita
Leandro – homem gentil
Calhandro – Vaso grande onde são jogadas águas sujas. Vaso sanitário
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, JANEIRO/2016