CORDEL

O meu dia é feito de poema

e o ar que inalo é alegria

o que injeto na veia é poesia

e alimento o meu vicio nesse esquema

eu escrevo e declamo em qualquer tema

quando o efeito da droga me alicia

pois consumo e trafico poesia

e se acaba o que eu tenho de valia

vou furtar num livreto de papel

vou a boca de fumo de um cordel

me abasteço e trafico poesia

tenho em casa uma artilharia forte

que costumo levá-la por onde vou

pois herdei do meu velho e finado avô

que até hoje de cima me dá sorte

se não fosse a danada dessa morte

que carrego tristão no dia a dia

meu avô tava ai com a artilharia

assaltando esse nosso mundaréu

com uma arma chamada de cordel

que propaga o poder da poesia

pra cada canto que eu olho

e com fome e sede vou seguindo

vejo um verso tão forte se bulindo

não me importando que cor está o céu

vejo a vida tornar-se mais bonita

quando posso deixar na minha escrita

a beleza pura de um poema

que improviso e declamo em qualquer tema

pra você que como eu já se fez réu

por viver debaixo desse céu

de um mundo que existe no cordel

nesse universo chamado poesia!

Inspirado no poema de cordel de Thiago Martins, ao qual e a Patativa do Assaré dou todos os créditos

J R
Enviado por J R em 18/01/2016
Reeditado em 18/01/2016
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