RIMAS COM ANA DE MUQUIRANA E RATAZANA
Todas as terminações
Da última flor do Lácio
São ótimas para rimas
Que combinam com palácio
Para fazer este cordel
Ainda procuro prefácio.
Tem muitas rimas bonitas
Que findam com o termo Ana.
Os produtos importados
Despacha-se numa aduana.
Não importa a mercadoria,
Se TV ou capistrana.
A mulher que não tem bunda
Chamamos de americana.
Pra se fazer boa peixada:
O peixe é Arabaiana.
Com um gostoso pirão
Fica ainda mais bacana.
Ovelha que não mais procria
Tem o nome de badana.
Quando o cabra sente câimbra
Logo lhe damos banana.
Melhor deixar de fumar
Do que pega uma bagana.
Não tem grana pra saúde
Mas tem para show da baiana.
Sou fã de Dodó e Osmar
Nunca desta balzaquiana.
Gosto muito de lambreta,
De caldo de barbatana.
Brasil tem lindas mulheres:
Cariocas e brasilianas,
Que desfilam de biquíni
Na praia de Copacabana.
No nosso Ceará o mar
Levou a praia de Iparana.
Mora-se em casas, palácios,
E muita gente em cabanas,
Bebida muito gostosa:
A nossa famosa cana,
Feita de cana de açúcar
Conhecida como caiana.
Tira-gosto de cachaça
A gostosa cajarana.
Gosto muito de passear
Numa grande caravana.
Lá em casa somos nove:
Não houve uma cesariana.
Para escolher nossos nomes
Papai fez uma gincana.
Não sei se falta de opção,
Porém tivemos duas anas.
Ele poderia ter variado
Chamado uma de Diana.
Pra quem tem doença nos rins
Aconselho chá de chanana.
Na Região Amazônica
O transporte é chalana.
Os índios da região
Moram todos em choupana.
Quem quer saber o futuro
Vai atrás de uma cigana.
Tenha bastante cuidado
Pois às vezes nos engana.
Um amigo foi roubado
Pela empregada Fabiana.
Tem jogador de futebol
Que faz mesmo é filigrana.
Teve um jogador do Vasco
Que se chamava Fontana.
A mulher desconhecida
Nós chamamos de fulana.
Para se ganhar a vida
Lutemos com bastante gana.
Porque pra nosso sustento
Nós precisamos de grana.
Não se ganha meio de vida
Somente cantando Hosana.
A vida é muito dura
Até mesmo pra as iguanas.
Sopa com ervas picadas
É chamada de Juliana.
Nossa literatura
Teve a Era Machadiana.
A política virou
A casa da mãe-joana
As nossas irmãs chamamos
Carinhosamente de mana.
O corpo é recoberto
Por camada de membrana.
A comida apimentada
É baiana ou mexicana.
As mulheres de programa
São chamadas de mundanas.
Quando a pessoa não presta
É um cara muquirana.
Soldado que está sem farda
É soldado à paisana.
Os vasos muito bonitos
São vasos de porcelana.
A cana de açúcar vem
Das terras pernambucanas.
Pra nos proteger do sol
Usamos as persianas.
País está dominado
Por grupo de ratazana.
É um grupo de bandido
Que só tem gente sacana.
Do poder querem tirar
Uma tal de Dilma Vana.
Nos jornais só tem escândalos
É uma a cada semana.
A presidente continua
Governando soberana.
Tem tanto poder na mão
Que virou uma tirana.
Encastelada em Brasília
Que parece uma sultana.
Acabando com o País
Igual a uma suçuarana.
O povo está desarmado
Luta com zarabatana.
Mas tudo isso faz parte
De política sacana.
Que procurar no matar
Pisado feito bagana.
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, JANEIRO/2016