vou falar de todo mundo

Primeiramente eu vou falar sobre mim,

Falo mesmo e sem nenhum trabalho,

Escrevo mal e escrevo 'pra caralho’,

Escrevo, não faz nenhum mal, enfim,

Já ganhei não, também já ganhei sim,

Escrevi algo engraçadinho e algo feio

Já inventei; já falei do meu devaneio,

De poeta eu sou somente um aprendiz,

Escrevo com caneta, com carvão e giz,

‘Senta no rabo pra falar do rabo alheio’.

Em segundo lugar do santo Papa, falo,

É pessoa que gosto, pilhérico argentino

Tem um ar tão leve, feição de menino,

Mas tem muitas coisas que eu não calo,

Essa “santa” pessoa pode cair num ralo,

Está cercado de gente que usa um peio,

Barrando a missão, seu ser e a que veio,

O olho gordo corre solto lá no vaticano,

Não adianta tentar abafar com um pano

‘Senta no rabo pra falar do rabo alheio. ’

Em terceiro lugar, vou falar do crente,

Aquele que é pegajoso é um carrapato,

Que acha que é o próprio Deus de fato,

Aquele que só seu evangelho é coerente,

Briga em casa, na casa do senhor mente,

Fico horrorizada com as coisas que leio,

São tão preconceituosos, quase não creio,

Vendem fé, templo um desfile de modas,

Acham-se os maiorais, e os mais ‘phodas’,

‘Senta no rabo pra falar do rabo alheio. ’

E por último eu falo do afro-descendente,

Um ser humano iluminado de pulso forte,

Falo do vagabundo e quem perde o norte,

Da minha vizinha, ursinha panda, atraente,

Falo até de quem sorri sem nenhum dente,

Falo da ‘piriguete’ e respeito todo o meio,

Cada um é cada um, não precisa de rodeio.

Para os ‘gays’, aqui vai minha admiração,

Eu adoro os poetas com todo meu coração.

‘Senta no rabo pra falar do rabo alheio. ’

E falo mais, eu falo também da prostituta,

De vida fácil não tem absolutamente nada,

O político tinha tudo para uma boa jogada

Quem sabe o futebol seja apenas permuta,

E o catador de lixo trabalha feito um biruta,

Então: cuidar das vidas dos outros é tão feio,

Cada um cuide de si, cada um com seu freio,

É por isso que Deus deu a cada um a sua vida,

Cada um leva a alegria e a sua própria ferida,

‘Senta no rabo pra falar do rabo alheio. ’

Uberlândia MG

http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 12/01/2016
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