Lula
Sob o signo de escorpião,
É nascido o ex-presidente,
Pernambuco e sol quente,
E pequeno deixa a região,
Pau de arara, o caminhão,
Em treze dias com parada,
Toda a família é migrada,
Pra São Paulo de mudança,
Aquela indefesa criança,
‘Inocente, sabe de nada. ’
Guarujá, em bairro pobre,
Aquele menino cresceu,
E alfabetizado, então leu,
Com 12 anos ganhou cobre,
Numa tinturaria, tão nobre,
E Office boy sem parada,
Um engraxate pela estrada,
Menino se vira nos trinta
E de longe era boa pinta
‘Inocente, sabe de nada. ’
Aos 14 anos, no armazém,
Esse lhe assinou a carteira,
E foi a sua vez primeira,
Fabrica parafusos tão bem,
Com vaga no SENAI também,
Metalúrgico, área formada,
Com esperança direcionada,
Muda de emprego, e o boato,
Já se pautava com sindicato,
‘Inocente, sabe de nada. ’
E deu seu primeiro passo
Agora já era um suplente,
E secretário subseqüente,
Presidência agora é o espaço,
Então correu para o abraço,
Sentiu-se se pessoa enviada,
E apos dez anos sem parada,
Sentindo não ser mais leve,
ABC paulista para em greve,
‘Inocente, sabe de nada. ’
O partido dos trabalhadores,
Nasce nesse exato momento,
Para os operários, um alento,
Mas nem tudo são flores,
E nem morriam de amores,
Abertura política arrastada
Por militar ainda comandada,
Do Mando federal, intervenção,
Lula, trinta e um dias de prisão.
‘Inocente, sabe de nada. ’
Em 1982 o PT é implantado,
Em todo território nacional,
E Lula já se conhecia o tal,
O governo de S P é pleiteado,
Ficando assim mais afamado
No ano ulterior foi fundada,
A CUT – central organizada,
Em 1984, Diretas já, liderou,
Mais um degrau ele galgou,
‘Inocente, sabe de nada. ’
Em 1986 Lula se candidata,
Deputado federal e foi feliz,
Elege-se mais votado do País,
Em 1989 a presidência acata,
Perdeu a disputa nessa data,
Sentiu a nação sendo afetada,
Numa corrupção descarada
Viu sujar o verde e amarelo,
"impeachment" Collor de Mello,
‘Inocente, sabe de nada. ’
Em 1994 e 1998 se candidatou,
Eleito Fernando Henrique Cardoso,
Presidente íntegro e cauteloso,
Lula,outras entidades participou,
Até de conselheiro ele atuou,
Ampla aliança foi aprovada,
Vários partidos, nação renovada,
Vice presidente de José Alencar,
Novas veredas a caminhar,
‘Inocente, sabe de nada. ’
Aos 57 anos de idade, foi eleito,
Outubro de 2002, à presidência,
53 milhões de votos, inteligência,
Presidente da Brasil; bate no peito,
Esperava-se o mínimo de respeito,
Pátria, para crescer, preparada,
Valor a renda, bolsa família criada,
Fome zero, desigualdade, a redução,
Mostrava-se feliz a nação,
‘Inocente, sabe de nada. ’
Fenômeno político, apelidado,
Do crédito a expansão,
Classe social em ascensão,
Baixa o nível desempregado,
O país continua estabilizado,
Divida externa liquidada,
E a inflação controlada,
Barreira comercial amortece,
A exportação então cresce,
‘Inocente, sabe de nada. ’
De repente a máscara despenca
Escandaliza com mensalão,
Dos correios, a corrupção,
Privatização em encrenca
A compra de apoio se elenca,
E a propina é praticada,
A saia é levantada,
Começa a ver o fundo,
Da 8º economia do mundo
‘Inocente, sabe de nada. ’
E em 2006 o povo o reelege,
Brasil, maior votação da história,
A população o enche de glória,
Um bem estar no país inda rege,
Com falcatruas de deixar bege,
Há verba sendo desviada,
“sanguessuga” é operada,
Compram um falso dossiê,
Tanta coisa, nem sei o quê.
‘Inocente, sabe de nada. ’
Há tráfico de influência,
O corporativismo do cartão,
Cria Dilma para a sucessão,
Cai ministro incompetente,
Cai mais um bando de gente,
A nação ainda mais manchada
Muita coisa atropelada,
O resultado desses esquemas,
O mandato deixa problemas,
‘Inocente, sabe de nada. ’
E a carga fiscal majora,
Lula é bafejado pela sorte,
Mas não tem o mesmo porte,
Hospitais sem leitos, agora,
A infra-estrutura ignora,
Despesa altamente deformada,
A dengue em disparada,
Desvio de verba orçamentária,
Numa anomalia tributaria,
‘Inocente, sabe de nada. ’
Agora paro de escrever,
Esse suposto cordel,
Senão, não vou para o céu,
É só para você poder ver,
Tudo diferente poderia ser,
Não fosse essa gente lesada,
Passa a mão e fica calada,
Esse povinho escroto,
Deixa o rastro do seu esgoto,
‘Inocente, sabe de nada. ’
De lá para cá você é ciente,
A luz para todos; sumiu,
Energia elétrica só subiu,
Tanta mentira, ela é crente,
Que ainda tapeia a gente,
Explode com a Petrobrás,
Estoca vento: ventobrás,
Mas daí é outra gestão,
“Presidenta”, a criação,
‘Inocente, sabe de nada. ’
Creio que não disse mentira,
Ainda há tanta coisa a dizer,
Que faz nossa alma doer,
Sobe a gasolina, a gente pira,
Tanta fraude, tanta“traíra”.
A educação abandonada,
Com a saúde adoentada,
Deus, é tanta roubalheira,
Tanta bolsa que dá uma feira
‘Inocente, sabe de nada. ’
Uberlândia MG
http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/