Cordel da Retrospectiva

Dois mil e quinze

Foi um ano de calamidade

Muita tragédia acontecida

Para ficar na posteridade

Teve também notícia boa

Mas foi mais barbaridade

O país se dividiu

Na eleição que aconteceu

Nessa guerra de poder

O PT foi quem perdeu

Um discurso na tevê

E um panelaço aconteceu

A Dilma assumiu

E a “Lava-jato” estourou

Muita gente indiciada

Petrobrás saqueada

Graça Foster retirada

Do poder que ocupou

Na Indonésia um brasileiro

Traficante é fuzilado

A Dilma pede até clemência

E mesmo assim é executado

O país não quer saber

De traficante naquele lado

Na parada gay

Um travesti se crucifica

A Majú vira vítima

De um infame racista

O imbecil que a descrimina

Tinha a mesma melanina

Outro fato inusitado

Aconteceu no Panamá

Após 50 anos sem se falar

A ilha de Fidel

E os Estados Unidos

Resolveram se acertar

Já no outro lado do mundo

Surge um grupo radical

São terroristas muçulmanos

Que desafia o povo ocidental

Até Charlie Hebdo

Nessa história se dá mal

E fica muito pior

Quando o mundo é ameaçado

Terrorismo na Tv

Tudo filmado e registrado

A França passa a sofrer

Uma série de atentado

E quem não se solidarizou

Com a história do menino sírio

Que na praia se afogou?

Virou o símbolo de uma luta

De um povo perseguido

Pelo grupo do terror

No Brasil, o terrorismo

É de ganância e exploração

A natureza destruída

Pela indústria da mineração

Matando homens e animais

Numa completa destruição

Quase nada é recuperado

Tudo continua como está

O rio doce já está morto

E a lama agora mata o mar

Ninguém foi responsabilizado

E pelo visto não será

Por causa de água parada

E por ser um país tropical

O famoso Aedes Aegypti

Vem fazendo muito mal

Zika, microcefalia, chikungunya

Uma tragédia nacional

É um caso de mutirão

Se todo mundo se unisse

Dava para traçar solução

Porém, o povo não se organiza

Prefere falar de whatsapp

Futebol, novela e traição

Em Brasília, na política

O caos está aramado

A presidente enfraquecida

Um governo desenfreado

Já pediram o seu impeachment

Lá na Câmara dos Deputados

Há crise por todo canto

A televisão só fala disso

Crise econômica, crise política

O Brasil está perdido

Violência, corrupção

Tempo difícil e malferido

Esse ano foi de muita despedida

Gente boa que partiu

E nunca será esquecida

Marília Pêra, Cristiano Araújo

Betty Lago, José Rico, Abujamra...

Essa lista é comprida

Que o ano que se aproxima

Tenhamos bem mais sorte

Dois mil e quinze foi de lascar

Tiveram muita morte

Que a paz esteja com todos

E Jesus nos dê suporte

Vou ficando por aqui

Desejando boas festas

Ano novo, vida nova

É o que realmente interessa

Saúde e dinheiro no bolso

O resto é só conversa.

Belo Horizonte, MG, 20 de dezembro de 2015.

Arte e poema: Leandro Flores

Revisão: Celeste Farias

Leandro Flores Bahia
Enviado por Leandro Flores Bahia em 04/01/2016
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