Pretensão cega

Quando eu travo e não ando

Qual goleiro traga um frango

Na vida e verso desando

Tateando, emperrando

Planando na contramão

Quando eu penso e não sai nada

Me concentro na parada

Divago e a mente prostrada

Estagnada, esgotada

E eu com a cara de mamão

Sei não se não era o caso

De deixar tudo de lado

Poemas, lidas, teclados

Cordas, artístico estado

Que remetam à criação

Na verdade isso é loucura

Pretensão e impostura

Se servir da imatura

Porcentagem da insegura

Vontade de se afirmar

Pra querer um regozijo

Coisa chula e sem juízo

Com a desculpa de impulsivo

Elaborar imprecisos

Versos de fazer chorar

Talvez seja da idade

Certamente vaidade

Que reporte à igualdade

Dos talentos que me invadem

E ao ler e quero importar

Não sei bem dessa seara

Não sei se é verniz na cara

(sei que hoje é coisas rara)

Nos planaltos por aí

Ainda bem que tenho amigos

Que mesmo fiéis, castigo

Falando do próprio umbigo

Sem pudor de me trair