Recordação da minha infancia

Para todos os leitores

Venho agora vos falar

De quando eu crianças

Eu gostava de brincar

Os brinquedos que brincava

Eu mesmo confeccionava

Pois, não podia comprar.

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Era uma época difícil

Com a crise eu convivia

Até mesmo as refeições

Precisava maestria

A roupa já não se fala

A caixa era uma mala

Era assim que eu vivia

2

Com sete anos de idade

Pagava minha enxada

Saia com minha mãe

Ela muito preocupada

Íamos para o roçado

Pra garantir um bocado

Pra manter a garotada

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Mas, nos finais de semana

Brincava com os amigos

Cada um com seu brinquedo

E sem correrem perigos

Eu meio desconfiado

Brinquedo mal-acabado

Parecendo um mendingo

4

Durante a minha infância

Simplesmente trabalhei

Na maneira que crescia

As aulas eu abandoei

Precisava trabalhar

Eu só fiz me atrapalhar

A vida que não sonhei

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Há que saudade que tenho

Do tipo de brincadeira

Brincávamos de garrafão

Todos saíam em carreira

Gostando mesmo de brincar

Com o risco de machucar

Mas, isso era besteira.

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Quem não brincou de anel

Para as meninas beijar

Passava o anel pelas mãos

E depois se aproximar

Da garota mais bonita

Umas com laço de fita

Tudo para enfeitar

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Soltar pipas era bom

Mesmo cortando a mão

Pula corda também era

Com risco de cair no chão

As meninas dando queimada

A turma toda engraçada

Brincando com seu pião

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Nas ruas sem calçamento

Brincava de bola de gude

Terminando a brincadeira

Tomava banho no açude

E na hora da pelada

Era a hora esperada

Ficava cheio de grude

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Com todas as brincadeiras

Brincando nem se cansava

Era mesmo diversão

Alegre até cantava

Era pura emoção

Brincava de Pega Ladrão

De samba Lê Lê se brincava

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E começando o inverno

Corria logo pra o campo

Às vezes meio doente

Com febre ou com sarampo

Com toda a meninada

A roupa toda molhada

E sem nenhum interrompo

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Para os comportadinhos (as)

Liam suas revistinhas

Debaixo de um telhado

Contando as historinhas

Passando suas emoções

Aquecendo corações

Dizendo as mentirinhas

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Eita como era bom

Fazer o meu cata vento

Ele muito colorido

Eu ficava muito atento

Nunca vai ser comparado

Eu ficava admirado

Com todo o meu talento

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A lata de óleo servia

Para fazer o carrinho

Eu cortava com cuidado

Tudo com muito carinho

Sentindo muita emoção

Dentro do meu coração

Sempre dava um jeitinho

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Nossas crianças de hoje

Mergulham na tecnologia

Os brinquedos são comprados

Expressando alegria

Os valores do passado

Deixam pra nós um recado

Diferente deste dia

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Construir os seus brinquedos

Já deixou de existir

Tudo agora é moderno

Tudo pode se exibir

Na minha época de infância

Na minha ignorância

Eu pude os construir

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Escrevi esse cordel

Para chamar atenção

Relembrando o passado

E transmitir emoção

Você lembra como era?

Você se sentia um (a) fera?

Qual a sua opinião?

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Todos nós que somos pais

Vamos todos relembrar

Da maneira que brincávamos

E assim valorizar

Os valores do passado

Deixo a todos, o recado

Você deve recordar!

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