Prosa à toa
Ah, pessoal eu escrevo
Quase tudo o que quero
O que não quero
O que é chulo, ridículo, obscuro
Sem sentido
Mas preciso como água
Das que não é só pra hidratar
As vezes acho insistência
Ao extremo!
Penitência
Submeter a “audiência”
A descalabros, sentenças
E me iludir na crença
Que alguém irá apreciar
Tal como agora esses versos
Assim, meio que sem propósito
Escondendo além do ócio
Verdadeiras intenções
É que tem dentro da gente
No fundo, no inconsciente
Coisas que escapam de nós
São vontades que se ocultam
Nas sombras do pensamento
Irreveláveis lampejos
Sutis, velados desejos
No conta gotas do verso
O poema é só o beijo
E a inspiração, incesto
Densidade dá encargos
Leveza, puro deleite
Introspecção é amargo
Para que todos aceitem
E a responsabilidade
Junto com a ambiguidade
Ora é ruim, ora é perfeito.