HOMENAGEM A PINTO DO MONTEIRO








Uma pequena homenagem ao poeta PINTO DO MONTEIRO considerado o PAPA do cordel e da poesia:




Eu comparo esta vida
à curva da letra S:
tem uma ponta que sobe
tem outra ponta que desce
e a volta que dá no meio
nem todo mundo conhece
(Pinto do Monteiro)


E para quem já conhece
Comparo com a letra H
Tem um traço bem no meio
E duas mãos de lá pra cá
Quem num vai pela correta

na errada vai andar.
(João Igor)


Esta palavra saudade
conheço desde criança
saudade de amor ausente
não é saudade (é lembrança)
saudade só é saudade
quando morre a esperança
(Pinto do Monteiro)


Quando morre a esperança
Chega a ser o fim da vida
Mas não é o fim do amor
É uma coisa parecida
Só quem conhece é quem
Já teve um amor na vida.
(João Igor)


Aonde eu chego, não vi
Mal que não desapareça
Raposa que não se esconda
Bravo que não me obedeça
Letrado que não me escute
Cantor que não endoideça
(Pinto do Monteiro)


Pois bote na sua cabeça
Que pena não está aqui
pois iria colocar
o senhor para dormir
num puleiro de galinha
depois eu ia sorrir
(João Igor)


Cantar com quem canta pouco
é viajar numa pista
com um carro faltando freios
o chofer faltando a vista
e um doido gritando dentro
atola o pé motorista
(Pinto do Monteiro)


Se você fosse repentista
Saberia na verdade
que quem canta é cabra novo
em plena a mocidade
que de véi só sai é peido
e outras coisas da idade.
(João Igor)


Minha corda não se estica
não se tora nem se enverga
da terra pro firmamento
meu pensamento se alberga
em um lugar tão distante
que lente nenhuma enxerga.
(Pinto do Monteiro)


Então meu caro colega
Não me comove esta parte
queres ser o intocável
o dono de toda arte
mas se não ficar esperto
te corto com um alicate.
(João Igor)


Eu vou fazer uma casa
na Serra da Carnaíba
a frente pra Pernambuco
as costas pra Paraíba
só pra não ver duas coisas:
Nem Sumé, nem João Furiba
(Pinto do Monteiro)


Então vá pra Curitiba
Rode o Brasil inteiro
Passe por Caruaru
Pelo Rio de Janeiro
Pare lá em Petrolina
E depois vá pra Juazeiro.
(João Igor)


Há vários dias que ando,
Com o satanás na corcunda:
Pois, hoje, almocei na casa
Duma negra tão imunda,
Que a prensa de espremer queijo
Era as bochechas da bunda!
(Pinto do Monteiro)


Quis fazer um desafio
Mas é uma homenagem
A esse grande artista
Que na sua carruagem
Sempre levou o cordel
Na mais bonita linhagem.
(João Igor)







https://youtu.be/sD6LXNRi6a8

Pinto do Monteiro Cascavel do Repente









https://youtu.be/_LKaO0N5MQI

Pinto do Monteiro x Zé Pequeno









Fonte: https://poesiaecordel.wordpress.com/2011/04/21/homenagem-a-pinto-do-monteiro/














 
Wilson Madrid
Enviado por Wilson Madrid em 30/11/2015
Reeditado em 30/11/2015
Código do texto: T5465410
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