A quermesse
Minha história aqui começa
com vontade de cantar
as coisas que todos vêem
mas não conseguem amar
querendo fazer com elas
um céu cheinho de estrelas
pra mode a gente ispiá
Do passado veio a cultura
da dança do pastoril
naquela época as moças
dançavam de modo sutil
a Diana a todos encantava
o palhaço garantia as gargalhadas
em noites que jamais se viu
Veio também o samba de coco
com seu jeito encantador
as moças balançando as saias
os rapazes suspirando de amor
o povo todo cantando
numa noite de puro louvor
O poeta também veio
a sua história contar
riscou o tempo inteiro
do começo até os dias de cá
não faltou engenho e arte
contou a história sem enfado
cumpriu o papel de encantar
A poesia que é farta
teve alguém para cantar
o poeta aboiador
veio a público aboiar
parou o trânsito e o povo
vaqueiro sorriu de novo
vendo sua arte estrelar
Mas o contador de histórias
traz tudo em sua memória
num momento e num instante
traçou as lorotas constantes
falou dos mitos e lendas
e não esqueceu das prendas
e das lições de antigamente
A quadrilha abrilhantou
com seus passos delirantes
todo o povo até cantou
o forró de acompanhante
só se via a alegria
reinando com essa folia
esse ritmo apaixonante
Teve gente encenando
a história do nosso povo
vestido adequadamente
relembrando nosso esforço
dizendo de sua coragem
ressaltando a sua arte
num Monte Alegre novo
eve até dança cigana
pra encantar os nossos olhos
o povo na praça vibrou
com o encanto da cigana
se lesse a sua sorte
era como entrar no céu
o encanto era forte
tinha amor era a granel
Passeando pelo tempo
nos caminhos da história
sem querer se conseguiu
reavivar as memórias
na linha do tempo teve
os grandes nomes que aqui teve
reconstruindo nossa história
A cultura afamada
guardou no tempo seu legado
trouxe até uma lambreta
balança, ferro e machado
as cuias e as medidas
dos legumes do roçado
os bordados das rendeiras
tecendo a rede do passado
O vaqueiro e o seu terno
o pintor com os seus quadros
o poeta com seus livros
e o povo c om seus guardados
tudo isso é da nossa cultura
de Monte Alegre um legado
Brincadeira de criança
é coisa que adulto o sta
pescaria , argola, boliche
peteca e perna de pau
criança brinca e faz a festa
adulto vê e com tudo se encanta
O mistério também veio
nossa festa abrilhantar
a cigana leu a mão
fez o povo fascinar
depois fez a praça inteira
por ela se apaixonar
Sei, leitor, que cultura
nunca um dia vai acabar
pois em nosso coração
sempre vai perpetuar
pois a nossa existência
é prova dessa ciência
viemos aqui para ficar.