O grito da solidão

Um bom dia é o que desejo a todos os amigos e amigas do Recanto aos quais desejo que cada um tenha ao lado alguém que lhe faça feliz.

O gritar da solidão

É a parte do fazer

Que pertence ao coração

Pra expor o seu sofrer

E não vê humilhação

Nessa dor reconhecer.

É agir como a saudade

Que não sabe o que é prazer

Nunca dá prioridade

Àquilo que vai fazer

E não vê humanidade

No seu cômodo viver.

É fazer como a virtude

Cuja força é a paciência

Mesmo com pouca saúde

Sabe expor a sapiência

Com tanta magnitude

Usa a sua consciência.

Não permite que o argumento

Ultrapasse a sensação

Sabe usar o seu momento

Aguardando inspiração

Que vem sempre lá de dentro

Do fundo do coração.

Esse é aquele grito

Que não passa na garganta

E como um sofrer bendito

Mas que de pouco adianta

Preferiu ser um desdito

A seguir estradas tantas.

Nunca sabe o seu destino

Sempre vai ao cadafalso

Se enforcar em fio fino

Que todos sabemos falso

Mas de si perdeu o tino

Sem fugir do próprio laço.

Se gritar de amor não dói

O calar também é bom

A palavra só constrói

Se o falar vier do dom

De quem sempre o mal destrói

Se negando a fazer som.

O gritar da solidão

Não é fonte de prazer

Nunca foi ingratidão

Ele assim reconhecer

Pois em cada coração

Há um pouco de sofrer.

Esse grito não é longo

Muito menos coisa rara

Quase nunca faz estrondo

Pois na alma sempre pára

Se aos poucos vamos pondo

Bom remédio, logo sara.

Solidão nunca tem peso

Mas é duro carregar

É como um farol aceso

Que não se pode apagar

Se livrar dele é defeso

Pois em nós é o seu lugar.

Entretanto a solidão

É pra quem está sozinho

Mesmo andando em multidão

Seguindo o mesmo caminho

É querer consolação

Na coroa de espinho.

Veja bem que a solidão

Está sempre em mais de um

Quando há ingratidão

Pode estar com qualquer um

Entretanto a mansidão

Deve estar em cada um.

Renato Lima
Enviado por Renato Lima em 22/11/2015
Reeditado em 22/11/2015
Código do texto: T5456935
Classificação de conteúdo: seguro