ODISSEIA
Num castelo de continente distante,
Bem por detrás de montes e vales,
Reinava um audacioso governante,
Que convidou soldados e populares,
Com oferenda quimérica e desafiante,
A vencer o segredo dos verdes-mares.
Com visão e ânimo de águia campestre,
O jovem aventureiro, leal e destemido,
Reuniu três navios, tripulação e partiu.
Venceu as lonjuras da corrente bravia,
Enfrentou tufões no oceano enfurecido,
E se fortaleceu nas horas de calmaria.
Persistindo por longo tempo aguerrido,
Crente na fiel intuição de sua sabedoria,
Em seu semblante a esperança refloresce,
Um sonho fantasioso no horizonte se viu.
Ao cruzar o oceano de tom azul-celeste,
Formoso e fecundo continente descobriu.
Ao avistar a terra fértil em floresta,
Arriou as velas sob gritos alarmantes.
Sua bravura ao nobre reinado empresta,
E confia em seus homens beligerantes.
Seu povo se alegrou em grande festa,
Por conquistar os nativos habitantes.
Assim começa uma demorada história,
Desse povo de mescla altiva e varonil;
De lendas que já fogem da memória,
De um tesouro fabuloso que repartiu.
Entre lutas sangrentas sem trajetória,
Ganhou vários nomes, mas ecoou: Brasil.
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