TÁ VIVA A VIDA!
Os leitos esturricados
E os olhares cinzentos
Dias lentos, dias lentos
E moedores parados
Os estômagos varados
Bem pouca coisa se come
A morte assina o nome
Até o sono é escasso
A vida perde o compasso
Quase a esperança some
Com a alegria da chuva
Cheirosa fica a terra
A névoa abraça a serra
Parece que lhe põe luva
Voa formiga saúva
Verde aqui, verde acolá
Rebento rebenta já
Risos em volta da mesa
Encheu, encheu a represa!
Vai ter festa no “arraiá”
Uns quatro metros de chita
Que é de direito comprar
Adorno é pra adornar
Bonita é pra ser bonita
Vestido tem que ter fita
Tá viva a vida, tá viva!
Bem- vindo à comitiva
Já começou a festança
O riso dança com a dança
E a tristeza se esquiva