NORDESTE E MINAS: IRMÃOS DE UMA MESMA MÃE (16/10/2015)

Quem te disse que em Minas

A gente não tem sertão?

Conte-me outra, camarada,

O Nordeste é um irmão!

E caso não acredite,

Calma aí, não se precipite,

Já “invém” a explicação...

Pra início de conversa,

Há muita mulher formosa.

E tanto lá quanto cá

Tem briga de cravo e rosa.

Se no fim der casamento,

Com muito contentamento

Faz-se uma festa vistosa.

Assim como em Junho temos

Muita comemoração.

É festa de Santo Antônio,

É festa de São João.

O povo então nessa pilha,

Dançando xote e quadrilha,

Vai riscando o pé no chão.

Aliás, são muitos santos,

Crenças e filosofia.

Há lendas de faz-de-conta

E histórias do dia-a-dia

Que marcam as duas culturas,

Revelando-se estruturas

De semelhante grafia.

Em certa parte do ano,

O calorão nos assola.

Faz suar a nossa camisa,

Faz queimar a nossa sola.

Quem é do interior

E vive de agricultor

Por uma chuvinha implora.

Não vamos nos esquecer

Da beleza natural,

Da bacia do Velho Chico

Que nasce aqui e lá tem final.

Correndo um percurso imenso,

É demasiado propenso

Pra pescaria, coisa e tal.

Mas de toda semelhança,

Certamente não há maior

Que a alegria que é presente

Em meio à labuta e suor

Derramado pela gente,

Tentando viver contente

Uma vida “mais mior”.