Oferenda

Entenda, por uma vez

não é que eu me renda

É simples, é languidez

Onde na prosa entenda

haver esta pura maciez

vive a beleza estupenda.

Não me perdi na rapidez

falei com vagar, aprenda

Para não tratar na acidez

simplifique e surpreenda

A cada fato com validez

é certo que se transcenda.

É preciso esquecer talvez

para que se desprenda

Uma imagem pede nitidez

a cada chaga, cada fenda

Vivemos essa embriaguez

que nunca se desvenda.

Tanto faz como tanto fez

o homem e a sua agenda

O tempo e sua escassez

uma vida tão horrenda

Falta-lhe a plena fluidez

para que nada lhe prenda.

Contempla-se tua rigidez

para que não se arrependa

A vida deve possuir avidez

de que nada lhe dependa

Pois só assim há honradez

em vivê-la: como prenda*!

No final sobra embriaguez

do tempo que lhe suspenda

a leveza do ar e a rapidez

evitando-se as contendas

Deus em plena intrepidez

dá uma vida: como prenda*!

(*prenda: no sentido de presente.)

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 02/11/2015
Código do texto: T5435340
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