SER TÃO

Já eu, tenho o pé rachado

E um beiço que aponta o chão

Nasci na vida de gado

Com um espinho ao coração (de mandacaru)

Aboio era sinfonia

E do rádio a cantoria

Me acordavam a emoção

Meu pai se chama sertão

A caatinga foi meu berço

Pra dormir rezava o terço

Coruja era assombração

Do avelós vem meu leite

Banha de porco era o azeite

Fogo a quentura do chão

(Conversando com a "Menina

Nagô" de Gilvânia do Monte.)

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Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 31/10/2015
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