SER TÃO
Já eu, tenho o pé rachado
E um beiço que aponta o chão
Nasci na vida de gado
Com um espinho ao coração (de mandacaru)
Aboio era sinfonia
E do rádio a cantoria
Me acordavam a emoção
Meu pai se chama sertão
A caatinga foi meu berço
Pra dormir rezava o terço
Coruja era assombração
Do avelós vem meu leite
Banha de porco era o azeite
Fogo a quentura do chão
(Conversando com a "Menina
Nagô" de Gilvânia do Monte.)
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