* Não julgue o próximo *
Um dos monges do mosteiro
Uma falta grave cometeu.
E chamaram um velho sábio
E contaram o que aconteceu
Para que pudesse julgá-la.
Afim de quem sabe salvá-la
Pois o mesmo se arrependeu.
O velho sábio se recusou,
Mas insistiram pra ele ir.
Ele pegou um balde e furou-o
Em várias partes ali;
Depois, de areia o encheu
E foi ver o que aconteceu
No convento dali.
O superior, ao vê-lo entrar,
Perguntou o que era aquilo.
- Vim julgar meu próximo,
E tirá-lo desse asilo.
Meus pecados vêm atrás de mim,
Nem por isso é meu fim
Se alguém quiser assumi-lo.
Como a areia escorre do balde.
Não dou conta dos meus pecados.
Mas não costumo olhar para trás
Vim cumprir mais um chamado,
Para meu próximo julgar.
Jamais irei condenar
Pois estou assoberbado.
E os monges ali reunidos
Desistiram da punição.
Essa atitude do sábio
Levou-os a reflexão.
Pecamos diariamente
Muitas vezes inconsciente
Quem julga esta nossa ação.