Tormentosa Noite de Sono
O espetáculo marginal está a ocorrer
Diante do silêncio da mórbida fineza
Que a raiva corta a imagem a maldizer
A relva daninha que desafia a pobreza
Da mente quebrada ao se intumescer
Da mentira que tu mente com crueza.
O som da escuridão fadado a remoer
Espíritos forrados desta indelicadeza
Que nascem do ódio velado a atender
Carregando a realidade da morbideza
Reza, pois tua hora há de te convencer
A solidão nasce da semente da vileza.
Ninguém tem medo deste anoitecer
As sombras acorrentadas em tristeza
Até que dissolvem neste amanhecer
Onde o tormento é sua única certeza
O sofrimento irá enfim te fornecer
A espreita da insanidade da impureza.
A zombaria itinerante faz prevalecer
Esta calmaria nos portões da realeza
Onde tudo está perdido até se reaver
Na melancolia da força da correnteza
O homem está vivo em vir e corromper
Se alimentando da loucura e da baixeza.
Percebe o céu dos céus a te promover
Diante da morte, a fantasia é certeza
No silêncio do torpor irá surpreender
A vizinhança inteira com sua esbelteza
A profundidade em tentar transparecer
Na eterna busca de encontrar a frieza.
De repente as trevas estão a suspender
A escuridão de sua eterna profundeza
Os pássaros avisam o que está a suceder
Seu corpo então levita diante da leveza
E a claridade anuncia o que queria saber
O sonho acabou você pode ter certeza.