Tormentosa Noite de Sono

O espetáculo marginal está a ocorrer

Diante do silêncio da mórbida fineza

Que a raiva corta a imagem a maldizer

A relva daninha que desafia a pobreza

Da mente quebrada ao se intumescer

Da mentira que tu mente com crueza.

O som da escuridão fadado a remoer

Espíritos forrados desta indelicadeza

Que nascem do ódio velado a atender

Carregando a realidade da morbideza

Reza, pois tua hora há de te convencer

A solidão nasce da semente da vileza.

Ninguém tem medo deste anoitecer

As sombras acorrentadas em tristeza

Até que dissolvem neste amanhecer

Onde o tormento é sua única certeza

O sofrimento irá enfim te fornecer

A espreita da insanidade da impureza.

A zombaria itinerante faz prevalecer

Esta calmaria nos portões da realeza

Onde tudo está perdido até se reaver

Na melancolia da força da correnteza

O homem está vivo em vir e corromper

Se alimentando da loucura e da baixeza.

Percebe o céu dos céus a te promover

Diante da morte, a fantasia é certeza

No silêncio do torpor irá surpreender

A vizinhança inteira com sua esbelteza

A profundidade em tentar transparecer

Na eterna busca de encontrar a frieza.

De repente as trevas estão a suspender

A escuridão de sua eterna profundeza

Os pássaros avisam o que está a suceder

Seu corpo então levita diante da leveza

E a claridade anuncia o que queria saber

O sonho acabou você pode ter certeza.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 28/10/2015
Código do texto: T5429533
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