Pensando cá com os botões

E penso com meus botões,

Sempre quis escrever algo,

Que falasse de um fidalgo,

Na cozinha e arrumações,

Caladinho e sem sermões,

E tudo fosse uma limpeza,

Tão bruto em delicadeza,

Da vassoura, sabão e rodo,

Da parede a escorrer lodo,

Em aventais e dotações.

Eu quis escrever uma linha,

Para em branco não passar,

O que viesse no meu pensar,

Talvez o cocô da galinha,

Ciscando as ervas daninha,

Lá embaixo da mangueira,

Vistas trepando a porteira,

Misturam-se a outras mais,

E que rumam aos cafezais,

Parecendo uma brincadeira.

Queria escrever para vovó,

Só que nunca a conheci,

Sei que gostava de pequi,

É que a coitada virou pó,

Deixando o vovô tão só,

Ele abominava a barata,

Comia as carnes de lata,

Nas estórias de aparição,

Quase sempre era o vilão,

Que pisava o pé da pata.

Ainda quis fazer a escrita,

Das chineladas na bunda,

Dar e tomar vira corcunda,

Papai cigarro de paia pita,

Marmota era a sua cabrita,

Menina do olho namora?

Será que ela vira senhora?

O Arco da veia tem flores?

Que dó da Maria das dores!

É, acho que paro por agora.

Uberlândia MG

http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 23/10/2015
Código do texto: T5424737
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