Leitura: A Chave para o Conhecimento - Terceiro Volume

LEITURA: A Chave para o Conhecimento

TERCEIRO VOLUME

Autor: José Rodrigues Filho.

Pretendo recomeçar

O Projeto da Leitura,

Em ritmo de aventura.

Pra poder incentivar

A todo povo estudar

Ciência e literatura,

Pra melhorar a postura

De escrever bem e falar

Visando representar

Do meu Nordeste a cultura.

Para não perdermos tempo

Direto vamos ao ponto,

Porque deste nosso encontro

Se exclui o contratempo,

Que cada um fique atento

Pra aprender esteja pronto

Que não lhe vou dar desconto

Se errar mesmo em pensamento,

Não “sacar” que flato é vento

E crônica pode ser conto.

Buscando compreender

O uso de “Gê” e “Jota”

Um interessado nota

(Se tem costume de ler)

Que na hora de escrever

Nomes da fauna e da flora

Nativa, a norma implora,

Que, por favor, use o “J”

Esta letra não desbota

E o vocabulário explora.

Jerimum, jiboia e jia,

Jiló. Jirau, jenipapo

Grafam-se com “Jota” é fato

Se não errado estaria,

Dando andamento a porfia

Queremos apresentar

A forma de se grafar

De modo certo e exato-

Em versos largos retrato-

Maneiras de se expressar.

Grafar “X” ou “CH”

Tem regra determinada,

Por isto nesta empreitada

Convém se orientar,

O “X” podendo botar

Diante da sílaba “EN”-

Isto posto se obtém:

Enxada, enxuta, enxovia,

Enxerida, enxó. Enchia

É exceção e X não tem.

Os tempos do verbo “Encher”

Se escrevem com “CH”,

Pois outra forma não há

Desse verbo se escrever,

Nunca irá acontecer

Senão diante de “EN”.

Têm-se nas formas que vêm:

A enchente, encheu, enchendo,

Encharcou porque chovendo

O charco sangrou também.

Vê-se que o verbo Encharcar

Também é outra exceção,

Pois sua conjugação

Escreve-se com “CH”,

Não há como não rimar,

Também os seus derivados

Que assim são conjugados

Tendo a sílaba “EN” na frente.

Se a gramática não me mente

São esses os excetuados.

Enxugar o enxoval,

Enxerto para enxertia,

O enxágue enxotaria

Os enxames e afinal

Separando o bem do mal

Comparando o mau e o bom

Neste mister tenho dom

Enxergando a teoria

A enxabida trocaria

Enxaqueca por batom.

Outra dica apropriada

Pra poder usar-se o “X”

Não fui eu quem assim quis,

É regra determinada:

A sílaba “ME” colocada

Diante da dita letra,

Afirmo não é mutreta,

Pode dar em mexerico:

Mexer, mexilhão no México,

Mexa, mexendo sem treta.

Há um caso de exceção

Que é a “mecha” do cabelo

Não vá pois comprometê-lo

Reduzindo-lhe a atenção,

Pois esta observação

Demonstra sua firmeza

No que lhe tange a certeza

Do manuscrito correto,

Escrever de modo certo

É da escrita a beleza.

Um macete ainda existe

No qual o “X” empregamos

Sempre em palavras que usamos

Que ao vocabulário assiste.

O português só resiste

Se em vez de dar-lhe tombo,

Logo depois de ditongo:

Grafe seixo, ameixa e caixa

Feixe, peixe, eixo e baixa

Que terá domínio longo.

Palavras interessantes

Vêm na forma de “porque”

Quatro modos visam o “Que”

Eles são muito importantes

Explicam quão fascinantes

São essas regras entender

Justificando o saber

De “Por que” vem separado

E de “Porque” está colado

Tentemos compreender.

“Por que” no meio da frase,

Equivale a “pelo qual”

E tem tratamento igual

Não se precisa usar crase

Ao perguntar temos base

Na língua coloquial

Neste verso original:

É este o caminho “por que” andas!

“Pelo qual” “por que” ou ambas

Separam o termo afinal.

Ainda, no "mei" da frase,

O “por que” vem separado

Se diante do citado

A “razão” se colocasse,

Reformulando esta análise:

Não sei “por que” razão veio,

Explico sem arrodeio

“Porque” junto e sem acento

É conjunção e acrescento

Equivale a “pois” eu creio.

Um bom exemplo empregamos

Se a conjunção for causal:

Não foi “porque” passou mal;

Vencemos “porque” estudamos

Esta explica, informamos

Que difere de “porquê”,

Esclarecemos a você:

“Porquê” é substantivo

E de artigo precedido

Resultando em “O porquê”.

Não soube “o porquê” da briga,

Nem “o porquê” da inflação!

Mas preste bem atenção

Que o final da frase obriga

Acentuar sem intriga

E separar o “porque”

-você não veio por “quê”?

Notaram a variação?

Há sempre acentuação

Se a frase termina em “que”

Dizemos! “Por que” não veio?

Ele não veio “por quê”?

Não sabemos “o porquê”

"Vei" “porque” teve receio;

“Por” preposição medeio

Junto a “que”, que é pronome

Relativo, mas se “come”

Também, como explicativo.

Do poeta o lenitivo

É cultivar codinome.

Algumas regras ensinam

Como a Crase se empregar,

Cuidado, pois ao rimar

Muitas Crases se assassinam,

As Contrações determinam

A + A redunda em “À”;

Que a Crase não ficará

Nunca diante de verbos

E que nem na ilha de Lesbos

Masculino se porá.

Crase não se usa diante

De palavra masculina,

Ao dizer: fui “à” cantina

Ou que fui “ao” restaurante,

Percebemos num instante

Que a palavra feminina

Trocada por masculina

Resultou no termo “ao”,

Isso define a questão

E a Crase se determina.

Não use Crase no meio

De palavras repetidas,

Assim sendo proferidas:

Frente “a” frente no recreio!

Mas hoje à mente me veio

Que nem sempre o acento grave

Recebe a função de Crase

Exemplo: vendi à vista...

À medida que conquista...

À proporção que ela arrase...

Diante de “quem e cuja”

A Crase nunca ocorre,

Nem mesmo estando de porre

De pronomes não se abusa.

Crase também não se usa

Com “A” antes de plural:

No tempo medieval

Falava “a” pessoas ricas;

Já, “às” atrizes satíricas

Se ofertavam um pedestal.

Os casos de uso da Crase

Registram-se em profusão,

Mas não causam confusão

Se atentar-se para frase

Precisa que haja base

Pra se usar Crase ou não.

Recomenda-se atenção

Aos Pronomes Demonstrativos,

Também alguns Relativos

Pra se ter definição.

Assisti “àquele” filme;

Ou prefiro isto “àquilo”!

Estou falando daquilo

Que mantém a língua firme

E é preciso que se afirme

Que se a paixão embriaga

Eu aspiro “àquela” vaga...

A cidade “à” qual iremos

Têm praças “às” quais veremos,

Isto, pois, meu ego afaga.

Deixo a saga da Leitura

Pra depois continuar,

Falta muito pra expressar

Em publicação futura.

Nem a Licenciatura,

Com a pratica e a teoria,

E o pé na Filosofia,

Tem tanto pra a presentar

E num Cordel só abordar

Tanto da Filologia.

Amélia Rodrigues-Ba. 15 a 22/09/2015.

José Rodrigues Filho
Enviado por José Rodrigues Filho em 18/10/2015
Reeditado em 06/07/2016
Código do texto: T5418784
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