Alma nordestina
Pra iniciar, sou cabra da peste
Que só quer um dedo de prosa,
Que falará de uma nação valente
Que encontrei em meu nordeste
Terra amada,sofrida e formosa
Com muitos talentos e brava gente...
Terra de gibão e chapéu de couro,
Peixeira,jerimum e vaqueijada,
Carne de sol, buchada e pamonha,
Mas que sempre supriu de ouro
O resto do Brasil,terra tão amada,
Sem jamais se mostrar tristonha.
Manteiga de garrafa,frango a cabidela,
Sarapatel,milho cozido e cocada,
Pé de moleque,cuscuz e arroz doce,
Compõem a festa junina quando amarela
A vegetação desta terra tão amada,
Água dividida por eles como se de todos fosse.
Que se esquece desta vida injusta e ferina,
Cumprindo as tradições de seus ancestrais,
Se lança homenagear todos os santos,
Vestindo-se de laços e fitas para as festas juninas,
Esquecendo-se de suas lamurias e de seus ais,
Bailando felizes por todos os recantos ...
Como olvidar da buchada de bode, da macaxeira,
Da paçoca de carne,do queijo e do baião de dois,
Do beiju e da tapioca que hoje integram o País,
Lembrando que somos brasileiros sem fronteiras,
Todos à espera do amanhã que virá depois,
Provando que brotamos de uma única raíz .
Sua história a todos em muito encanta
Em cada canto,quando lhe cantam
No peito de cada singela,como esta,criação
Quando borbulha em minhas veias a admiração
Por suas terras, mesmo secas e rachadas,
Mas cheias de esperanças dessa gente arretada.
Hoje,comigo, carrego no fundo de meu peito,
Por ela, tão boas e saudosas lembranças
Deste mundo encantado, repleto de poesia,
Vivido a seu lado e com profundo respeito,
Canto as aventuras vividas em criança,
Registrando em versos esta singela alegria.
Tenho alma nordestina,também sou cabra da peste,
Filha de agricultor es que lavraram a terra
E mesmo morando distante,em outro estado,
Cultivo minha raiz com brio e tenho amado
Este meu recanto e que ninguém conteste,
Tenho imenso orgulho de ser do nordeste .
Antonia Albuquerque