Marca no tempo
Que o futuro é incerto
De certa forma se sabe
Não pra se ficar quieto
Deixar correr à vontade
Mas se enxergar que a verdade
O que se acha correto
Entenderá o dialeto
Do destino a ser traçado
Percentuais e estatísticas
Números para a gente ver
De pessoas e culturas
Habituadas a vencer
Não lançaram suas iscas
Nas águas sem percorrer
Estudar as claras e turvas
Se dão peixe pra se comer
Dizem que surgem das crises
As soluções criativas
O homem e suas matrizes
Essas cruéis diretivas
Que ele tanto se baliza
E não haverá saída
Redenção sem cicatrizes
Pra alguns momentos felizes
É possível que esse estigma
Dos custos sensoriais
Dor, tributo que se paga
Que é sempre caro demais
O destino sempre cobre
Da inadimplência da vida
Os juros mais extorsivos
Ferindo ao curar feridas
É como se esperança
A fé, a motivação...
Fossem apenas abstratos
Combustíveis da visão
Míope, cética, mas real
A mais medíocre opção
São tantas que no final
Escapam à imaginação
E o futuro é seguido
Pelo cintilar da lança
Pairando sobre as cabeças
Anunciando da dança
O epílogo, o ultimo ato...
O definhar da fiança
O temor do que aconteça
Que inexoravelmente avança
Quando se confirma a tese
Que o futuro a Deus pertence
É quando já se percebe
O fator que ingenuamente
Um passo da caminhada
Frágil, porém prepotente
Não contou foi quase nada
No todo do Onipotente
O futuro que chegou
Só faz provar sobre o outro
Tudo que se imaginou
Não bastou, pois era pouco
Como poucas são as pessoas
Que o tomam como exemplo
Esquecendo que o futuro
É só uma marca no tempo