AINDA QUE NÃO SE ESQUEÇA

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Se eu pudesse esquecer,

pra nunca mais me lembrar,

De como te fiz chorar

Por não saber me conter,

Não viveria a sofrer,

Nem me sentiria mal

Por me perceber boçal

Tentando te agradar,

Só para amenizar

Esta ressaca moral.

Por um ato tão banal

Sinto a cabeça pesada,

Outros não ligam pra nada

Porém, eu sou radical.

Me condeno ao baixo astral

Por um deslize qualquer.

Me punir se faz mister

Se machuco um semelhante,

Inda mais quando o semblante

Que ofendo é o teu mulher.

Se acaso você souber

A formula de transformar

Em sentimento vulgar

Um nobre, e me disser

Que basta uma colher

De sopa desse remédio

Pra sarar-me deste tédio,

Eu voltarei a sorrir

Sem nunca mais me punir

Condenado a tal assédio.

Ser por esse intermédio

Eu fosse de vez liberto

De buscar só o que é certo

Num prazo curto, ou médio,

Levantaria um prédio

Para te homenagear

E faria propagar

Pelos becos da cidade,

Que a minha felicidade

É não me recriminar.

Porém não dá pra negar

Minha própria natureza,

Nem fugir desta tristeza

Que insiste em me atormentar.

O jeito é me consolar

Supondo que ainda temos

O que um dia prometemos,

Lá no sagrado altar,

Jurando nos perdoar

Inda que não esquecemos.

]

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A a
Enviado por A a em 24/06/2007
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