Pátria Partida

Cordel da Pátria Partida

Senhor, chefe de governo,

Presidente do Brasil

Escrevo-lhe esta cartinha

Pensando em mandar você

Para a Pátria que a partiu.

Mas antes que eu faça isso

Vou falar de outra forma

Registrar o meu desgosto

Por todas as suas normas

Apenas lhe alertando

Faça logo a tal reforma

Não falo em outro tom

Para não ser muito abrupto

Embora queira lhe dizer

Que seu governo é corrupto

Deixou o Brasil quebrado

Num desvio ininterrupto

Meu desejo com essa carta

É despertar esse gigante

Com força, fé e esperança

Que a moral seja dominante

Que haja o pleno resgate

De boa ética abundante

Nosso País tão bonito

Não merece esse despeito

Requer de um presidente

Compromisso e bom conceito

Abra os olhos, caro amigo.

O povo exige respeito

Fale a verdade uma vez

Que aqui não tem otário

Discurso sem atitude

Não restabelece o erário

Reveja a rota e o rumo

Desse estado reacionário

Não me julgue por ingênuo

Sei que o conjunto é que diz

Para o mal ou para o bem

Sozinho ninguém faz um País

Mas todos hão de convir

O Brasil está por um triz

Há também lá no congresso

Deputados e senadores

Em seus ricos gabinetes

Lá sentados, esses senhores.

O povo não sabe, é verdade,

O que acontece nos bastidores

Também os seus ministérios

Estão sugando a nação

Muita ineficiência e descaso

Muito cargo em comissão

Presidente, tome agora

Uma correta decisão.

Outro poder tão “potente”

Chama-se judiciário

Honrados homens de toga

Alguns já são milionários

Processos julgam bastante

Mas sei, o sistema é precário

Não posso deixar de falar

Dos servidores de carreira

Alguns de tão revoltados

Vendem o almoço na feira

Reclamam e não mudam nada

Pinga, pinga na torneira.

Os estados e municípios

Também querem seu pedaço

Muitos prefeitos e governadores

Fazem a todos de palhaço

Campanhas: muitas promessas

No cargo vira um regaço

Cada partido que entra

Faz da casa a sua festa

É que os eleitos pensam

A casa da mãe Joana é esta

Vai mandato, vem mandato

Não se aparam as arestas

Empresários seguem o bonde

Querem também seu quinhão

Mas não entendem que assim

Quem perde é toda a nação

E um Brasil tão dividido

Bom futuro não terá não.

Preciso ainda dizer

Que o povo também colabora

Paga propina, fura fila

Todos santos, muito embora

Se vasculhar bem de perto

Não sobra um, bota fora.

Dura e triste realidade

Ocorreu também no passado

É claro que sei bem certo

Meu Brasil foi mal tratado

Pois a muito esse País

Tem sido dilapidado.

Parece aos nossos olhos

Que o cidadão anda dopado

Que todos os nossos políticos

Só buscam o seu bocado

Mil benefícios, regalias

Segue o povo, como gado

Cada governo que entra

Quer se tornar absoluto

E qualquer crise à frente

Só sabe aumentar tributo

O povo não aguenta mais

Um tratamento tão bruto

É certo, há outros caminhos

Basta atitude e coragem

Pra acabar com as regalias

E toda essa sabotagem

Ninguém aceite, portanto,

Congressitas com blindagem

Logo, não há outro jeito,

Depende de todos nós

Contudo, nossos eleitos

É que podem fazer mais

Tomar vergonha na cara

E não roubar nunca mais

Senhora Chefe, presidente

Você é o representante

Chefe de estado e nação

Discursar não é o bastante

Ordene logo aos poderes

Para agirem nesse instante.

Reveja bem rapidinho

Ações para o futuro adiante

Pois neste exato momento

É você o comandante

Desta grande nau Brasil

De riquezas fascinantes

Não pense só no agora

Essa vida é passageira

Se plantar canavial

jamais colherá amoreira

Cultive a limpeza já

Extirpe toda a sujeira.

JANET VITAL
Enviado por JANET VITAL em 23/09/2015
Reeditado em 31/07/2020
Código do texto: T5391587
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