O cordão desencantado
Deus me salve do sarcasmo
Prepotente e leigo
Me estanque o entusiasmo
Me atine em conselhos
Pare esse jocoso e hilário
Desse desmantelo
Só comparável ao salário
Quando chego a vê-lo
É que sou um dos primeiros
A evitar sentenças
Em matérias que estão longe
De minha competência
Porém sinto algo que range
Em minha paciência
O lado que há de monge
Pra essa penitência
Não bastasse a exorbitância
De tanto tributo
Sucessivas alternâncias
O vai e vem de astutos
Descobriram as finanças
Que elegem os corruptos
Só agora essa instância
Decidiu que é injusto
Temos “pago” muito mico
Pela ingenuidade
Nos convívios e desígnios
Da sociedade
Mas ver empresário rico
Dando de bondade,
Altruísta e democrático?
Isso é falsidade!
Empresário que se preze
Quer ganhar dinheiro,
Pra financiar campanha
Como um escoteiro
E ver o “seu” candidato
Depois de eleito
Descumprir algum parágrafo.
Um traço do seu pleito!
É uma pena que somente
À hora da roubada
Como fuga de barata
Frente à chinelada
Os supremos tenham enxergado
O enigma do conchavo
Na verdade um descalabro
Institucionalizado
Não se trata de ser contra
O status, o financeiro!
Mas. quem visa cargo público
Nunca é um cordeiro
De direita ou das esquerdas
Uma vez no formigueiro
Segue as trilhas e veredas
E exala o mesmo cheiro