SEGUNDO VOLUME DE LEITURA: A CHAVE PARA O CONHECIMENTO

AUTOR:José Rodrigues Filho

Leitura: a Chave para o Conhecimento

Segundo Volume

Autor: José Rodrigues Filho

Neste segundo volume,

Com toda desenvoltura,

Voltamos a enfocar,

A importância da Leitura.

Procurando incentivar

A escrever e falar

De forma correta e pura.

O português brasileiro,

Na gíria é bem carregado,

Por isso, devemos ter

Com ela muito cuidado

Pra não cair em cilada

Dizendo a palavra errada

Sem noção do resultado.

Chamar alguém de “bufão”

Dá logo conotação

Que esse alguém solta flatos:

É comparável a peidão.

Quando, na realidade,

Esse alguém é, na verdade,

Promotor de diversão.

Para expressar-se bem

Seja escrevendo ou falando

A pessoa deve ir lendo

E a escrita observando,

Se não vai grafar errado:

Seu português enrolado

Termina lhe derrubando.

01

É comum, em redações,

Grafar-se de forma errada

“ao invés de”, pois “em vez de”

Seria mais indicada.

“Ao invés de” deduz inverso:

Subiu/desceu, gera verso;

Nasceu/morreu, dá rimada.

“Em vez de” é bem usada

Em muitas ocasiões,

Pois não procura inverter,

Mas permuta posições:

“Em vez de” ir ao cinema

Ele foi com a pequena

Ao Teatro das Nações.

Temos o vocábulo “desde”

Que é preposição de tempo,

Mas para falar do clima

O locutor desatento

Diz: “desde” o Rio de Janeiro

Ao seco sertão mineiro

Não chove faz muito tempo.

Esse “desde” desafina,

Pois se refere a lugar,

Soando como advérbio,

É melhor ele trocar

Por outra preposição:

“De” ou “do” com precisão,

Vão a frase consertar.

- 02 -

O carioca sabido

É metido a falar bem,

Mas vem reduzindo os verbos

Por preguiça ou por desdém:

“Estão” já passou a “tão”

Um erro sem solução

Embasamento não tem.

Sendo “tão” um advérbio

Não proporciona ação

Isso é função do verbo

Em qualquer situação,

O “tão” se refere a “tanto”

Não é um verbo e, portanto,

Vulgariza a oração.

A forma “tá” ainda passa,

Mas deve ser evitada.

“Teje”, “teja”, “tamo” e “tô”

Dão o tom da fala errada;

Dizer “tive” em vez de estive

Redunda em grave deslize:

Conjugação alterada.

Pretérito do verbo estar

Não é “tive” mas estive.

“Tive” é do verbo Ter,

Assim, a língua não vive:

Pouco a pouco vai morrendo,

Pois falando ou escrevendo

Fala-se o “teve” e o “tive”.

03

Diz o sabichão da língua:

Importa é ser entendido!

E transforma o idioma

Destorcendo-lhe o sentido;

Prestigiando a Babel

Desvaloriza o papel

À linguagem conferido.

É salutar atentarmos

Pra gramática normativa,

Mormente, quando escrever,

Porque a todos cativa.

Seja estudante ou leitor,

Principalmente escritor

Que da língua sobreviva.

Contudo, como afirmamos

Em uma estrofe passada,

Para ser bom na escrita,

Também, na verbalizada,

Há que se lê o bastante,

Fazer do cérebro estante

E da língua a bem-amada.

Voltemos ao carioca,

Que gosta de pregar peça,

Comeu o “S” de “vamos”

E só fala: “Vamo” nessa!

Parece não ter problema,

Mas é em coisa pequena

Que nossa língua tropeça.

04

Diz-se que, de grão em grão,

A galinha enche o papo,

Portanto, de erro em erro,

A língua toma sopapo.

Um outro lapso infeliz

É dizer: ”foi eu que fiz!”

Deste erro eu sempre escapo.

“Foi eu” não deve ser dito,

“Fui eu” deve ser usado.

Eu fui é forma correta,

Mas “eu foi” está errado;

Foi é terceira pessoa

Fui! De forma que destoa

Já é gíria, em tom gozado.

Mas, “fui”, na realidade,

É da primeira pessoa

Que conjuga esses dois verbos:

“Ser” e “Ir”; não é à toa

Que gente famosa diz:

A torta “foi eu que fiz”,

E, o português arpoa.

Essa preguiça ao falar

Sempre nos põe em roubada

Ao se dizer “obrigado”

Como também “obrigada”

Cortamos a vogal “O”

Num erro de fazer dó

Pronunciamos: “brigada!”

05

Confunde-se obrigação,

Da pessoa que agradece,

Com intriga ou desavença

Que o benfeitor não merece.

Pode, também se pensar

Em brigada militar,

A língua assim endoidece.

Vamos agora abordar

Outro erro contumaz

É dizer “nesse país”,

Na terra em que tu estás...

“Neste” seria o correto,

Aquilo, que está bem perto,

Chamamos “este”, rapaz!

“Este” ano se refere

Ao ano que está correndo.

“Esse” ano foi passado,

Podemos sair dizendo:

O ano dois mil e onze,

Para o mercado do bronze,

“Esse” ano foi horrendo.

Às vezes, dissemos “nesse”

Quando “neste” é o correto:

Neste país precisamos

De eleição com voto aberto,

No congresso do Brasil

“Desta” nação varonil

Cujo povo está esperto.

06

É preciso ter cautela

Com verbos pronominais

Que pedem o pronome oblíquo

Nestas expressões verbais:

O aluno “se” formou...

Ela “se” apaixonou...

E ele magoou... jamais!

A não ser que o tal sujeito

Esteja magoando alguém

O pronome oblíquo “se”

Neste caso, não convém,

Pois fica na voz ativa

Diferente da passiva

Que do “se” não se abstém.

Alguns verbos, entretanto,

Pedem o pronome ou não,

Deparar, às vezes, pede

Em alguma ocasião.

Suicidar é voz ativa

Consagrou-se na passiva

E, faz do “se” seu bordão.

O bom homem suicidou-se!

É a forma consagrada,

Mesmo não sendo correta

Assim deve ser usada...

O sujeito deparou

Com a casa onde morou,

Esta, está abalizada.

07

“Deparou-se” tem mais uso,

Mas não está estribada,

Por isso, bons escritores

Suprimem o “se” da enrascada.

Pra você “se” deparar

Deve a regência usar:

Em Vir, Chegar, Sair do nada.

Moral é código de ética

Com bi interpretação:

O moral para o atleta

A moral pra o cidadão.

O moral ânimo injeta

No soldado e no poeta;

A moral foge ao ladrão.

Estamos finalizando

Esta contribuição

Para o povo brasileiro

Abraçar como instrução,

Visando manter a língua

Que a cada dia míngua

Com tanta indefinição.

Concluímos que, a Leitura

Abre as portas da ciência,

Ler e escrever correto

Valoriza a nossa essência.

E o português brasileiro,

Pra ser forte e altaneiro,

De correção tem urgência.

FIM

Amélia Rodrigues-Ba. Março de 2015

José Rodrigues Filho
Enviado por José Rodrigues Filho em 31/08/2015
Reeditado em 21/11/2018
Código do texto: T5365514
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