CÁLIDA VAZANTE

[

A existência planetária,

Cheia de encantos mil,

Perde o seu céu de anil

Junto à indumentária

Para se tornar lendária

Nesta manhã tão cinzenta

Que o meu brilho afugenta,

Descolorando a tela

Que um dia pintei pra ela

De forma tão pachorrenta.

Minha alma se atormenta

Em face a desilusão,

Por tamanha ingratidão

Meu olhar hoje rebenta.

Meu peito já não agüenta,

E uma cálida vazante,

Que banhando o meu semblante,

Tenta, em vão, o consolar.

Mas ele não quer calar

Por causa do intolerante.

Me tortura o semelhante

Que não vê que está morrendo,

E aos poucos se perdendo,

A magia do instante.

Nosso bosque verdejante

Não tem a mesma alegria,

Já não se ouve de dia

O louvor do passaredo,

Que outrora o arvoredo

Transbordava de alegria.

]

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A a
Enviado por A a em 22/06/2007
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