GRANDES NOMES DA HISTÓRIA - Zé Limeirando.
- Ah, se Zé Limeira fosse vivo... Mas eu tento.
(ALEIJADINHO)
Um artista aleijadinho
D’um pau fez esculturança
Mandou entregar na França
No lombo de um jumentinho
Não achando o lugarzinho
Se livrou do carregado
E passando num mercado
Comprou vinho queijo e pão
Passagem de avião
Com o dinheiro arrecadado
-Zé Roberto
(LAMPIÃO)
Lampião cabra arretado
Por todos era temido
Onde quer que tenha ido
deixava o povo assustado
Porém diz o "mal falado"
Que era cabra sem-vergonha
Não tinha festa enfadonha
Namorava um ordenança
De noite fazia trança
E dormia mordendo a fronha!
-Zé Roberto
(NAPOLEÃO I )
O grande Napoleão
Vendia fruta na feira
Era mestre em capoeira
E cabra de Lampião
Tocava flauta e pistão
Se virava no xaxado
Macaxeira com melado
Comia e lambia o dedo
Só não acordava cedo
Que o zóim tava fechado
-Zé Roberto
(NAPOLEÃO II)
Foi quando Napoleão
Viajando de charrete
Engasgou-se c'um chiclete
Na frente do pelotão
Passando ali um capitão
Dois alferes, um tenente
Viraram o "hómi" de frente
Rezaram a "Mãe Meninoca"
Bolo bom, só de mandioca
Com café forte e bem quente
-Zé Roberto
(RAUL SEIXAS)
Raul Seixas foi cantor
De grande "progelitude".
Foi na beira d'um açude
Que escreveu em dó maiôr,
Em dupla com Belchior;
Aquela linda canção:
"Pulando do avião"
E "Viva o constelamento".
Quem nunca andou de jumento,
Não monta num alazão!
-Zé Roberto
(JESUS CRISTO I)
Jesus Cristo foi ateu
Da igreja universal
Vi comprando uma Rural
Dum peste dum fariseu
O cabra não recebeu
Foi cobrar o onipotente
Jesus não tava presente
Tava entregando santinho
D'um amigo seu vizinho
Candidato a presidente
-Zé Roberto
(JESUS CRISTO II)
Jesus Cristo foi pastor
Da igreja universal
Mas como "pastava" mal
Resolveu virar pintor
Lá no Cristo Redentor
Começou pintando a saia
Três mudas de samambaia
Rodapé do Cristo Rei
Mas o motivo eu não sei
De brigar com Malafaia!
-Zé Roberto
(JESUS CRISTO III)
Jesus entrou pra marinha
Foi capitão de corveta
Escreveu na tabuleta
C'uma letra bem miudinha
"Maria quem foi mãe minha
E São José foi meu pai"
Chegando no Paraguay
Comprou caxete pra asma
CD, e TV de plasma
Trinta maço de "barai"
-Zé Roberto
(DOM PEDRO PRIMEIRO)
Tava Dom Pedro Primeiro
Pulando e gritando "eu fico!"
Dom Pedro era homem rico
Dono de muito dinheiro
Muito “poico” no chiqueiro
Vaca leiteira e café
Vinte quilo de muié
“Madama” pra fazê fíi
Passagem aérea pro ríi
Dez quenga no cabaré!
-Zé Roberto
(MAOMÉ)
Maomé quando menino
Foi carregador na feira
Lá um tal de Zé Limeira
Afinava violino
O poeta sem destino
Fez dupla com Gil vicente
Sua obra mais recente
"O Alto Da Muriçoca"!
Bolo bom, só de mandioca
Com café forte e bem quente!
-Zé Roberto
(ALEXANDRE O GRANDE)
Alexandre O Grande, tinha
Ciumes de lampião
Num festa de São João
Brigaram a noite inteirinha
Mas Maria, a bonitinha
Gostava era d'um tenete
O corno sobrevivente
Pulava feito pipoca
Bolo bom, só de mandioca
Com café forte e bem quente!
-Zé Roberto
(TIRADENTES)
No tempo do pai divino
Jesus foi sindicalista.
Tiradentes foi dentista,
Mas não tratava o canino.
Ninguém toque violino
Lendo cifra de pistão.
Hoje o Rei Napoleão,
Chegou, deixou um recado,
E foi-se embora apressado,
Falando em revolução!
-Zé Roberto
(DOM JOÃO)
Foi num porto da Bahia
Que Dom João chegou bem cedo
Dava pra contar no dedo
A bagagem que trazia
Uma dúzia de bacia
Dois fardos de algodão
Gasolina de avião
Do café trouxe a semente
Duas bíblias; uma de crente
Outra do rei Salomão!
-Zé Roberto
(Sócrates)
O grande Doutor Socrátes
Jogador de futebol
Tomava Capivarol
Gostava de chocolate
Só não ia pra boate
Pois na hora de calçar
Lhe doía o calcanhar
Não fumava nem bebia
Criou a democracia
Diz o dito popular.
-Zé Roberto