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Cordel da Moto

Cara que vive no encosto
Vai o Juca na motocicleta,
Fez uma parada no posto
Viajando com uma meta.
Sem a vergonha no rosto
Nunca pagou um imposto
Gabando-se de ser atleta.

Abasteceu e com malícia
Pós a conta no esquema,
Tinha blitz e disse delícia
Isto está dentro do tema.
Eu já conheço esta milícia,
Vou dar um nó na polícia
E passo lá sem problema.

Saiu empurrando a moto
Com desculpa já pensada,
Não vou nem sair na foto
Na câmara desta moçada.
Eu poupo a grana da loto
E depois eu ainda arroto
Que eu ri desta cambada.

Lá foi o Juca despistando
E passando pelo batalhão,
O guarda foi perguntando
Está quebrada meu irmão?
Juca sempre debochando
Promessa que tô pagando
Eu vou lhe contar capitão.

E eu lhe conto sem pressa
O senhor vai ver que sorte,
Eu sonhava ter uma dessa
Ganhei esta para esporte,
E jurei que só ando nessa,
Depois de pagar promessa
Ir até Aparecida do Norte.

Só oitenta agora me resta
De quilômetro para andar,
Os cem primeiro foi festa
Nem parei pra descansar.
Desabo o chapéu na testa
E vou é cantando seresta
Pra não ver tempo passar.

Eu prometi ir empurrando
E tô indo por aqui devagar,
É duro, mas tô aguentando,
Eu não posso é desanimar.
Os dias estão só passando
Eu aqui sempre penando
Mas esta eu preciso pagar.

Então até logo eu vou indo
Eu tenho muito que andar,
Bem devagar ele foi saindo
Até na curva ele contornar.
O Juca estava até sorrindo
Guarda bobo tá dormindo,
Agora eu já posso montar.

Quando na moto ia subir
Satisfeito com a aventura,
Um carro deu para ouvir
Viu o guarda numa viatura.
Ele olhava, mas sem sorrir,
Um frio começou a sentir
Disse, azedou a rapadura.

Guarda já vai mais cedo?
Ouviu o moço responder,
Não é preciso ter medo
Eu não vim comprometer.
Vou entrar no seu enredo
Isto não é um brinquedo
E pra já que vai entender.

Assim o policial lhe falou
Porque você é rapaz forte,
Meu chefe se emocionou,
Com o conto da sua sorte,
Para escoltar ele mandou
O tanto que ainda faltou
Até a Aparecida do Norte.



Mestre Miguel sempre deixa uma colaboração obrigado mestre.

Um motoqueiro embrulhão,
Mais antes fosse político
Pra fazer desta missão
Um problema analítico,
Na safadeza que impera,
Neste Brasil de crateras,
De quadrilheiros e milícias.


Mestre Jacó Filho também deixou a interação dele agradeço de coração.


Se nossa esperteza é pouca,
 Ou quando a gente exagera,
O esquema vira esparrela,
 E qualquer ideia é louca...
 Apenas para os sabidos,
 A sorte vem sem limites...
Joga-se qualquer palpite,
Oro prêmio ser conseguido...

 
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 19/08/2015
Reeditado em 29/08/2015
Código do texto: T5351971
Classificação de conteúdo: seguro
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