* As moscas *
Certa vez, duas moscas
Estavam brincando de voar
Caíram num copo de leite
Ambas só queriam brincar.
A primeira era forte e valente,
Corajosa o suficiente
Ia procurar se safar.
Ao cair no copo de leite,
Até a borda do mesmo nadou,
Sua superfície era muito lisa
Com as asas molhadas, encharcou.
Ela não conseguiu sair.
Afundando no fundo do copo ali.
A mosquinha desanimou.
Sua companheira de infortúnio,
Apesar de não ser tão forte,
Continuou a se debater,
Aos poucos, no leite fez um corte.
Com toda aquela agitação,
Foi se dando uma transformação
E a mosca encontrou seu norte.
Um pequeno nódulo de manteiga,
Onde a mosca conseguiu subir,
Com muito esforço, levantou vôo
Para um lugar diferente dali.
Sem dúvida a sua paciência,
Tranqüilidade e persistência
Sem dúvida, ajudou sair.
Tempos depois a mesma mosca
Por descuido ou acidente
Ou quem sabe ironia do destino
Caiu no copo novamente.
Começou a se debater,
Na esperança de acontecer
O seu salvamento de repente.
Outra mosca passando por ali
E vendo a companheira em aflição
Pousou na beira do copo e gritou:
- Tem um canudo ali, atenção!
Nade calmamente e vá até lá
Suba pelo canudo que dá!
Assim terá sua salvação.
A mosca não lhe deu ouvidos,
Baseando-se na sua experiência
Que anteriormente deu sucesso,
Se debatia com mais frequência
Até que, exausta no copo afundou
Ali paradinha ficou
Acabando com sua existência.
Quantos de nós, baseados
Em experiências anteriores,
Deixamos de notar as mudanças
E atualizações posteriores.
E nos esforçando para alcançar
Os resultados que queríamos chegar
E afundamos aos horrores.