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LAVA JATO SEM ARBÍTRIO
 

Faz bonito o juiz Moro,
pula o povo de euforia
com tanta gente na chave
– mandachuvas de valia
do setor das empreiteiras,
caciques da engenharia.
 
Aliás, burgueses nomes,
enormes reputações,
de bens quase incalculáveis;
ricos, contudo vilões,
só para não detratá-los
como guabirus ladrões.
 
Gente fina, d’altas rodas,
dinheirama na Suíça,
com todo o ouro na mão,
mas vergonha na carniça;
gente mal-acostumada,
faz mutretas, indo à missa.
 
Aqui, abaixando o tom,
«corrupto» batiza bem
um larápio de gravata,
que traduz ladrão também;
gajo ruim, sem critério,
que não presta pra ninguém.
 
Corruptos outros senhores,
estes «lunfas» verdadeiros,
amoitam-se no Congresso
e comem dos brasileiros,
com exceção só de alguns,
mas todos eles matreiros.
 
Raposas parlamentares,
foro pri-vi-le-gi-a-do,
acima das leis do mundo,
mão nas selvas de ordenado,
pais-da-pátria do Brasil,
tendo as propinas de lado.

No meio, os executivos,
cada qual o mais esperto,
olho torto e privilégios:
Serveró, Paulo Roberto,
outros tantos descarados,
Youssef também por perto.

 
Aí vem a Lava Jato,
põe regras na roubalheira,
faz devassa nos papéis,
dá xadrez à cabroeira,
que vai queixar-se do bispo,
mesmo atolada à sujeira.
 
Sem arbítrio, viva o Moro,
viva o Eme-Pê, também,
conforme a Carta Maior,
que assim vou dizer amém,
sem rasgar seda pros «home»
nem sigla do seu ninguém.
 
Fort., 27/07/2015.
 
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 27/07/2015
Reeditado em 28/07/2015
Código do texto: T5325357
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